Jerónimo de Sousa admite presença das FARC na festa do Avante!

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Jerónimo de Sousa garante que todas as entradas no recinto foram legais António Cotrim/Lusa

Na sua edição de hoje, o “Diário de Notícias” escreve que o embaixador colombiano em Lisboa, Plínio Apuleyo Mendoza, pediu explicações ao Governo português sobre a presença na última edição da festa do Avante de activistas das FARC, um grupo classificado como terrorista pela União Europeia.

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Na sua edição de hoje, o “Diário de Notícias” escreve que o embaixador colombiano em Lisboa, Plínio Apuleyo Mendoza, pediu explicações ao Governo português sobre a presença na última edição da festa do Avante de activistas das FARC, um grupo classificado como terrorista pela União Europeia.

Jerónimo de Sousa garante que "todas as entradas" no recinto "foram legais".

"Naturalmente convidámos o partido comunista colombiano e a revista ´Resistência´", afirmou o líder comunista.

Apesar dos métodos utilizados pelas FARC, "que o PCP não usaria", existe uma "grande solidariedade" com o movimento porque "a maior violação dos direitos humanos é impedir que um povo tenha direito à sua soberania, à sua liberdade" afirmou.

Jerónimo de Sousa deplorou a iniciativa do diplomata colombiano, retorquindo que caberia ao embaixador da Colômbia "dar contas das razões que levam ao assassinato, por exemplo de 70 sindicalistas comunistas, atitudes terroristas contra o movimento sindical".

Para o secretário-geral do PCP, a "questão central" é que o PCP tem "uma concepção diferente de terrorismo" comparativamente à UE e Estados Unidos, criticando também o Governo a este respeito.

"Pensamos que esta operação e esta deriva em relação à nossa festa procura esconder a responsabilidade deste Governo em relação a actos de terrorismo de Estado, designadamente em relação à facilidade que permitiu que em território nacional se cometam como os voos da CIA, transportando prisioneiros à revelia do Direito Internacional", apontou.

O líder comunista criticou, por isso, que se "procure colocar na ordem do dia" o que não passou de "uma festa normal, um convite aberto e uma participação claramente legal", perante o simultâneo "silêncio de chumbo" em torno do que classificou como "terrorismo de Estado".

SEF não tem registo da entrada no país de elementos da FARC

O ministro de Estado e da Administração Interna, António Costa, afirmou, entretanto, que os Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) não possuem qualquer registo de entrada em Portugal de cidadãos ligados às FARC.

O SEF, afirmou António Costa no final do Conselho de Ministros, "controla as fronteiras de Portugal e da União Europeia não tem registo da entrada em Portugal de cidadãos colombianos que se tivessem dirigido à festa do PCP".

O ministro de Estado e da Administração Interna referiu que "foram emitidos 77 vistos a cidadãos colombianos para entrarem em Portugal e nenhum foi passado para participação na Festa do Avante! do PCP".

António Costa fez ainda questão de acrescentar que o SEF "não controla" a entrada em Portugal de cidadãos provenientes de Estados-membros da União Europeia que fazem parte do acordo Schengen.