IPPAR: direcção nacional diz que não foi consultada sobre abertura do túmulo de D. Afonso Henriques

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A investigadora pretendia reconstituir o perfil biológico de D. Afonso Henriques Paulo Ricca/PÚBLICO

O mesmo texto do IPPAR argumenta ainda que, para além da direcção nacional, a ministra da Cultura também não foi consultada sobre a exumação.

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O mesmo texto do IPPAR argumenta ainda que, para além da direcção nacional, a ministra da Cultura também não foi consultada sobre a exumação.

A direcção nacional do instituto quer agora "apurar os antecedentes relativos a todo este processo" para tentar apurar responsabilidades.

A investigadora da Universidade de Coimbra estava a estudar as relíquias dos santos do Mosteiro de Santa Cruz quando se deu conta que uma empresa ia fazer ali obras de restauro. Eugénia Cunha achou que esta era uma boa oportunidade para levantar a pedra do túmulo onde estão depositados os restos mortais de D. Afonso Henriques e, presumivelmente, da sua mulher D. Mafalda.

A investigadora conseguiu as autorizações da Diocese de Coimbra e da direcção regional do IPPAR que viabilizou a realização do projecto científico que pretendia reconstituir o perfil biológico do fundador da nacionalidade portuguesa.

"Informamos que se autoriza a abertura do referido túmulo", lê-se na carta enviada no passado dia 23 de Junho pelo director regional do IPPAR, Tadeu Henriques. O responsável exigia, no entanto, que a investigadora observasse algumas condições "para além das restrições impostas pela Diocese de Coimbra da Igreja Católica".

Esta tarde, Eugénia Cunha e os investigadores da Universidade de Granada que se deslocaram a Coimbra para apoiar o trabalho científico mostraram-se decepcionados com a proibição do IPPAR, mas dizem-se esperançados em conseguir brevemente uma autorização da ministra da Cultura.