Morreu o jornalista e radialista Matos Maia

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Matos Maia vai a sepultar amanhã Miguel Silva/PÚBLICO

O corpo de Matos Maia, falecido ontem cerca das 19h00, segue esta tarde para a Igreja de São Mamede, em Lisboa. O funeral deverá decorrer amanhã de manhã, estando a hora exacta e o local ainda por definir.

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O corpo de Matos Maia, falecido ontem cerca das 19h00, segue esta tarde para a Igreja de São Mamede, em Lisboa. O funeral deverá decorrer amanhã de manhã, estando a hora exacta e o local ainda por definir.

Matos Maia começou a sua carreira radiofónica quando tinha 18 anos, aos microfones do extinto Rádio Peninsular, em Lisboa, onde fazia parceria com o também já falecido apresentador de rádio e televisão e actor Henrique Mendes. Colaborou então como produtor e realizador em todas as emissoras da grande Lisboa: Rádio Peninsular, Voz de Lisboa, Rádio Graça, Clube Radiofónico de Portugal e Rádio Restauração.

Em 1956 foi colaborar com a Rádio Renascença, onde voltou a ser colega de Henrique Mendes e onde se manteve até 1960, altura em que passou a integrar os quadros do antigo Rádio Clube Português. Ainda na emissora católica, em 1958, realizou "A Invasão dos Marcianos", emissão baseada no romance de Herbert George Wells "A Guerra dos Mundos" e interrompida pela PSP, que levou Matos Maia para o Governo Civil, onde esteve preso três horas antes de ser interrogado pela antiga polícia política PIDE.

Já no Rádio Clube Português foi coordenador geral da estação e realizou programas como "Quando o telefone toca", "Bossa Nova", "Lisboa e o Tejo", "No mundo aconteceu", "Bom dia manhã" e "Hoje convidamos". Adaptou, dirigiu e realizou folhetins para a rádio a partir de "A queda de um anjo", de Camilo Castelo Branco, "Quando os lobos uivam", de Aquilino Ribeiro, "As cidades e as Serras", de Eça de Queirós, e "Mau tempo no Canal", de Vitorino Nemésio, entre outros.

Dirigiu ainda dois dos canais da RDP e participou na construção da Rádio Comercial. Foi ainda director da Sociedade Portuguesa de Autores e autor de livros sobre o mundo radiofónico, entre os quais "Aqui, emissora da liberdade", sobre a ocupação do antigo Rádio Clube Português pelos militares e a sua transformação em posto de comando do Movimento das Forças Armadas, a 25 Abril de 1974.