A história do camelo...

É só isto: um camelo recém-nascido é rejeitado pela mãe. Isto e a observação de como esse episódio se torna central numa pequena comunidade de pastores do deserto de Gobi, na Mongólia. Não é explicíto de que tipo de objecto se trata: Documentário sob a forma de ficção? Ficção sob a forma de documentário (hipótese para a qual tendemos mais)? Os realizadores chamam-lhe "documentário narrativo" e invocam Robert Flaherty. É uma herança que se reconhece na construção de uma tensão dramática através da duração ou no carácter intervencionista sobre a acção, mas "A História do Camelo..." não tem o panteísmo nem o humanismo de um "Nanook" (em certo sentido, é mesmo o anti-Flaherty na forma como pretende dar a ver uma certa perda da cultura nativa através da introdução de sinais de contemporaneidade, como a televisão). Mas as maiores reservas vão para a aparente ausência de espessura e de intenção, além da de fazer um "feel-good movie" - e aí estará mais próximo da Disney do que de um Flaherty.

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É só isto: um camelo recém-nascido é rejeitado pela mãe. Isto e a observação de como esse episódio se torna central numa pequena comunidade de pastores do deserto de Gobi, na Mongólia. Não é explicíto de que tipo de objecto se trata: Documentário sob a forma de ficção? Ficção sob a forma de documentário (hipótese para a qual tendemos mais)? Os realizadores chamam-lhe "documentário narrativo" e invocam Robert Flaherty. É uma herança que se reconhece na construção de uma tensão dramática através da duração ou no carácter intervencionista sobre a acção, mas "A História do Camelo..." não tem o panteísmo nem o humanismo de um "Nanook" (em certo sentido, é mesmo o anti-Flaherty na forma como pretende dar a ver uma certa perda da cultura nativa através da introdução de sinais de contemporaneidade, como a televisão). Mas as maiores reservas vão para a aparente ausência de espessura e de intenção, além da de fazer um "feel-good movie" - e aí estará mais próximo da Disney do que de um Flaherty.