PS: Alegre mantém tabu sobre se é candidato a primeiro-ministro

Foto
Alegre diz estar confiante num bom resultado nas eleições para o cargo de secretário-geral André Kosters/Lusa

"Não digo o que os outros candidatos querem, só digo o que eu quero dizer. Querem à força que diga se sou ou não candidato a primeiro-ministro, mas eu não digo", declarou o candidato, num debate de campanha sobre cultura, no Centro Cultural de Belém.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

"Não digo o que os outros candidatos querem, só digo o que eu quero dizer. Querem à força que diga se sou ou não candidato a primeiro-ministro, mas eu não digo", declarou o candidato, num debate de campanha sobre cultura, no Centro Cultural de Belém.

"Ser primeiro-ministro não é o meu projecto de vida e há pessoas com mais qualificações no PS para esse cargo do que eu, mas também não me sinto menos qualificado do que aqueles que lá estão nem do que aqueles que se propõem para tal", adiantou. "Se for eleito secretário-geral farei um congresso antes das legislativas para aprovar o programa de Governo e decidir tudo o resto", limitou-se a acrescentar.

Definindo-se como o candidato do contra-aparelho" – um fenómeno "que foi surgindo espontaneamente por todo o país" –, Manuel Alegre alegou que será "melhor secretário-geral do PS do que todos os outros" e mostrou-se confiante num bom resultado nas eleições directas de 24 e 25 deste mês. "Diziam que eu ia ter 10 por cento. Agora já dizem que tenho que ter pelo 40 por cento. Temos 70 mil militantes. Se forem votar podem-me arranjar um grande sarilho", ironizou.

No encontro, o candidato voltou a criticar as afirmações proferidas quinta-feira pelo eurodeputado António Costa, que acusou Alegre de não ter "condições para liderar" o PS. O eurodeputado foi mais longe e disse mesmo que o partido ficaria "ingovernável" se o candidato da ala esquerda vencesse as eleições.

"Estou a atingir o coração do situacionismo. Isso está a criar grandes incomodidades", reagiu Alegre, acusando a candidatura de Sócrates, da qual António Costa é apoiante, de praticar "uma estratégia de intimidação".