Rebeldes matam 173 refugiados em ataque a campo no norte do Uganda

Grupos de rebeldes, que combatem há 17 anos contra o governo, atacaram ontem à noite o campo de Barloonyo, na província ugandesa de Lira. Os homens, armados com espingardas de assalto e granadas, irromperam pelo campo e incendiaram as cabanas onde se abrigam os refugiados, que alvejavam à medida que fugiam. A maioria decidiu não fugir e procurou abrigo nas cabanas, onde acabaram por morrer queimados.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Grupos de rebeldes, que combatem há 17 anos contra o governo, atacaram ontem à noite o campo de Barloonyo, na província ugandesa de Lira. Os homens, armados com espingardas de assalto e granadas, irromperam pelo campo e incendiaram as cabanas onde se abrigam os refugiados, que alvejavam à medida que fugiam. A maioria decidiu não fugir e procurou abrigo nas cabanas, onde acabaram por morrer queimados.

Segundo o padre Sebhat Ayele, que visitou hoje o campo, contou à Associated Press, já foram sepultados 51 corpos e há dezenas mais à espera de uma cerimónia.

O exército confirma o ataque, mas o porta-voz, major Shaban Bantariza, não confirmou o número de mortos. No campo residiam mais de cinco mil pessoas.

O campo era guardado por uma força de defesa local, mas que não bastou em número para conter a investida dos rebeldes do LRA.

Os rebeldes do LRA costumam cortar os lábios e membros às suas vítimas e raptam dezenas de milhares de crianças de pequenas localidades e forçam-nas a ir para a frente de guerra. Muitas delas tornam-se escravas sexuais. Liderados por Joseph Kony, que acreditam ter poderes sobrenaturais, estes rebeldes lançam o caos à sua passagem há anos, tendo já forçado cerca de um milhão de pessoas a fugir das suas casas.

Para os ataques ao norte do Uganda, partiam do sul do Sudão, mas em Março de 2002 as autoridades sudanesas autorizaram a presença de tropas ugandesas no sul do país, onde destruíram as bases do LRA.Tal operação levou os rebeldes a entrar no norte do seu país, onde continuam a atacar campos e aldeias, onde pilham e matam.

Os rebeldes dizem defender os interesses do povo do norte do Uganda e rejeitaram até aqui as ofertas de conversações do governo, liderado por um Presidente do sul.