Folclore da desgraça

Lucas Moodysson é uma espécie de mito no circuito dos festivais. No entanto, ver agora numa exibição comercial este "Lilja" deixa um sabor a amargo: há momentos muitos fortes e um olhar terrível sobre os restos do império soviético; o modo rude de filmar o quotidiano das crianças e adolescentes, órfãos da vida, dão-nos um forte soco na boca do estômago. Não existem, contudo, soluções estéticas que correspondam a esse vazio. Mesmo a câmara à mão e o lado improvisado da narrativa esbarram numa espécie de "folclore da desgraça". Nada melhora quando se passa para o segmento sueco, com a proliferação de anjos e de boas intenções, sem tom, nem som. É um cinema a respeitar, mas fechado nos seus próprios objectivos, numa claustrofobia pouco interessante.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Lucas Moodysson é uma espécie de mito no circuito dos festivais. No entanto, ver agora numa exibição comercial este "Lilja" deixa um sabor a amargo: há momentos muitos fortes e um olhar terrível sobre os restos do império soviético; o modo rude de filmar o quotidiano das crianças e adolescentes, órfãos da vida, dão-nos um forte soco na boca do estômago. Não existem, contudo, soluções estéticas que correspondam a esse vazio. Mesmo a câmara à mão e o lado improvisado da narrativa esbarram numa espécie de "folclore da desgraça". Nada melhora quando se passa para o segmento sueco, com a proliferação de anjos e de boas intenções, sem tom, nem som. É um cinema a respeitar, mas fechado nos seus próprios objectivos, numa claustrofobia pouco interessante.