Identificado gene envolvido no aparecimento da lepra no homem

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Todos os anos aparecem mais de 700 mil novos casos da doença DR

A identificação precoce de indivíduos geneticamente mais vulneráveis a esta doença pode permitir a adopção de novas estratégias de prevenção, em função do estatuto - resistente ou predisposto - desses mesmos indivíduos.

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A identificação precoce de indivíduos geneticamente mais vulneráveis a esta doença pode permitir a adopção de novas estratégias de prevenção, em função do estatuto - resistente ou predisposto - desses mesmos indivíduos.

O trabalho levado a cabo por Alexandre Alcais, no seio de uma equipa liderada por Laurent Abel, socorreu-se de um técnica denominada "peneiragem genética" que permitiu localizar o gene responsável pela doença no cromossoma 6.

A descoberta - já classificada pelo INSERM como "um grande avanço" - foi confirmada por um analista de amostras de ADN (o nosso património genético) de uma centena de famílias vietnamitas que incluíam vários indivíduos infectados.

Estudos complementares permitiram aos investigadores confirmar que, entre as pessoas com predisposição para a doença, um outro gene situado no cromossoma 10 desempenhava um papel significativo no aparecimento da forma tuberculoide da doença.

A lepra é uma infecção crónica do homem provocada pelo bacilo Mycobacterium leprae. Apresenta-se sobre duas formas: lepromatosa, caracterizada por uma forte concentração de bacilos no paciente e fortemente contagiosa; e tuberculoide, que se manifesta, nomeadamente, através de perturbações neurológicas. Os sintomas mais frequentes associam estas perturbações neurológicas permanentes a lesões cutâneas que conduzem a uma perda de sensibilidade das mãos e dos pés e, à falta de tratamento, a deformações que vão desde a perda de dedos, orelhas, pés e mãos.

Entre as doenças transmissíveis, a lepra é a principal causa de incapacidade física permanente. A cada ano que passa, são diagnosticados mais de 700 mil novos casos da doença em todo o mundo.