Jornalistas portugueses que trabalharam na BBC reuniram-se em Lisboa

Para Pedro Oliveira - jornalista da RTP que trabalhou oito anos no Serviço Mundial da BBC, desde 1986 a 1994 - trabalhar naquela estação "foi uma experiência muito importante, não tanto pelas técnicas que se aprendem mas pela forma de fazer jornalismo".

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Para Pedro Oliveira - jornalista da RTP que trabalhou oito anos no Serviço Mundial da BBC, desde 1986 a 1994 - trabalhar naquela estação "foi uma experiência muito importante, não tanto pelas técnicas que se aprendem mas pela forma de fazer jornalismo".

"Há uma permanente exigência de rigor e uma distanciação crítica em relação às notícias, que vai desde a dicção clara e precisa ao dever de imparcialidade e de confirmar todas as informações", acrescenta.

Do actor Filipe Ferrer, que trabalhou na BBC no início da década de 60, ao actual director da secção portuguesa, João Van Dunen, estiveram presentes no encontro várias gerações de jornalistas, entre eles Joaquim Letria, António Borga, Luís Pinto Enes, Paulo Camacho, José Rodrigues dos Santos, Fernando de Sousa e José Júdice.

"BBC é uma sigla que continua a ter algo de mágico. Há um estilo BBC que se tornou escola, porque há uma formação interna contínua", diz João Van Dunen.

A história da secção portuguesa da BBC, imortalizada pelas crónicas de Fernando Pessa durante a II Guerra Mundial, espelha, igualmente, as enormes mudanças registadas no mundo no último meio século.

Com o declínio generalizado da audiência em Onda Curta na Europa Ocidental e a estabilização da democracia portuguesa, em meados dos anos 80, a BBC terminou as emissões para Portugal.

A secção portuguesa, cuja redacção é hoje maioritariamente constituída por jornalistas dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), voltou-se então para África, sendo ouvida em FM em todas as capitais sub-saarinas.

Os ex-BBC portugueses decidiram continuar a encontrar-se uma vez por ano, no Dia de Reis.