Portugal vendeu urânio ao Iraque

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O urânio enviado por Portugal nunca chegou, pelo menos até agora, a ser utilizado por Saddam para desenvolver armamento nuclear Karim Sahib/AFP

Segundo documentos oficiais da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), a venda em duas ocasiões daquele metal radioactivo ao Iraque — a primeira em Junho de 1980 e a segunda dois anos depois, num total de 280 toneladas — chegou a ser declarada à Agência, noticia a RTP no seu sítio na Internet.

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Segundo documentos oficiais da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), a venda em duas ocasiões daquele metal radioactivo ao Iraque — a primeira em Junho de 1980 e a segunda dois anos depois, num total de 280 toneladas — chegou a ser declarada à Agência, noticia a RTP no seu sítio na Internet.

Porém, o urânio nunca chegou, pelo menos até agora, a ser utilizado por Saddam Hussein para o desenvolvimento de armamento nuclear, também de acordo com a AIEA.

Os documentos citados dão igualmente conta do envolvimento de Portugal na venda de munições ao regime iraniano.

Empresas do Estado receberam munições britânicas

Duas empresas pertencentes ao Estado português — INDEP (Indústrias Nacionais de Defesa, Empresa Pública) e SPEL — venderam munições que eram provenientes do Reino Unido ao Irão, entre 1986 e 1988, segundo um relatório parlamentar britânico.

A empresa britânica Allivane foi quem colocou as munições em Portugal, com conhecimento do Governo de Londres, que pensava que estas seriam utilizadas pelas Forças Armadas lusas: acabaram por chegar a Teerão, numa fase de embargo internacional.

Actualmente, os Estados Unidos equacionam um eventual ataque armado contra o território iraquiano, com vista à queda do regime de Bagdad, liderado pelo Presidente Saddam Hussein, que poderá estar a desenvolver armas de destruição maciça.

O Iraque e o Irão, juntamente com a Coreia do Norte, são considerados por Washington como os países do "eixo do mal".