Câmara relança parque de estacionamento no Príncipe Real

No Verão passado, João Soares garantira que no Príncipe Real nada faria contra a vontade dos moradores, mas a autarquia nunca se chegou a pronunciar oficialmente sobre a questão.

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No Verão passado, João Soares garantira que no Príncipe Real nada faria contra a vontade dos moradores, mas a autarquia nunca se chegou a pronunciar oficialmente sobre a questão.

O projecto, previa que a estrutura enterrada do parque fosse em L, não tocando na própria praça do Príncipe Real, nas suas árvores, ou no reservatório subterrâneo da Patriarcal, onde existe uma galeria de exposições. No entanto, o parecer do Ippar considerava que mesmo assim poderia haver risco de carácter patrimonial e ambiental, nomeadamente na fase de obra. Um estudo hidrogeológico, que foi encomendado à Faculdade de Ciências, embora não previsse alterações em consequência da obra, alertava para os riscos de descida do nível freático, durante a fase de escavação.

Além disso, temiam-se também os efeitos das ancoragens da parede de contenção da estrutura subterrânea do parque. Estes argumentos não convencem porém o vice-presidente da câmara, que diz estar convicto de que a obra não terá nenhum dos efeitos que são apontados como potenciais riscos. "A obra não toca em nada, nem no reservatório, nem nas árvores, nem sequer na praça. E hoje em dia há formas de executar este tipo de obras sem afectar as imediações", disse Carmona Rodrigues.

O projecto do parque de estacionamento que no ano passado foi apresentado apontava para cerca de 300 lugares de estacionamento, a criar numa estrutura em L, em torno da praça e cujo vértice parte do topo da Rua do Século.

O PÚBLICO tentou ao longo de dois dias contactar o administrador da Esli que tem acompanhado este projecto, Pedro Mendes Leal, mas até à hora de fecho desta edição não foi possível obter quaisquer informações junto deste responsável do grupo Emparques.

A ideia de relançar este projecto não foi ainda submetida, formal ou informalmente, ao Ippar, confirmou o PÚBLICO junto do vice-presidente do Instituto. "Até ao momento não houve quaisquer contactos sobre o assunto", disse Paulo Pereira.