Espécie de proto-"film noir"

Não deixa de ser curioso que as propostas mais interessantes que recuperam a genealogia do cinema clássico partam da consciência do irrepetível, da impossibilidade de voltar a ele. É o caso de "Mulher Fatal", espécie de proto-"film noir" triturado pela máquina de sonhos de David Lynch. Reserva-se para a parte sonhada as convenções do género, como que anunciando: "Isto é o que o filme poderia ter sido, caso fosse um 'film noir'". Se o resultado final não consegue estar à altura da sua agilidade formal, não deixa de ser um filme intenso, hipnótico - mas o melhor está mesmo nos 20 minutos iniciais, em que Brian De Palma filma a sua "femme fatale" sem nunca lhe descobrir o rosto.

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Não deixa de ser curioso que as propostas mais interessantes que recuperam a genealogia do cinema clássico partam da consciência do irrepetível, da impossibilidade de voltar a ele. É o caso de "Mulher Fatal", espécie de proto-"film noir" triturado pela máquina de sonhos de David Lynch. Reserva-se para a parte sonhada as convenções do género, como que anunciando: "Isto é o que o filme poderia ter sido, caso fosse um 'film noir'". Se o resultado final não consegue estar à altura da sua agilidade formal, não deixa de ser um filme intenso, hipnótico - mas o melhor está mesmo nos 20 minutos iniciais, em que Brian De Palma filma a sua "femme fatale" sem nunca lhe descobrir o rosto.