Zacarias Moussaoui declara-se culpado de conspiração nos atentados de 11 de Setembro
Moussaoui reconheceu no tribunal de Alexandria, no estado da Virgínia, ter tido conhecimento antecipado dos atentados terroristas de 11 de Setembro nos EUA, que causaram a morte a cerca de três mil pessoas. O acusado admitiu ainda ser membro da Al-Qaeda e jurou obediência a Osama bin Laden, líder da rede.
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Moussaoui reconheceu no tribunal de Alexandria, no estado da Virgínia, ter tido conhecimento antecipado dos atentados terroristas de 11 de Setembro nos EUA, que causaram a morte a cerca de três mil pessoas. O acusado admitiu ainda ser membro da Al-Qaeda e jurou obediência a Osama bin Laden, líder da rede.
Inicialmente, Moussaoui tentou desviar-se das declarações de "culpado" ou "inocente", mas a juíza federal Leonie Brinkema intimou-o a escolher uma das opções, nem sequer admitindo que o acusado se coibisse de fazer qualquer declaração. Perante esta situação, Moussaoui declarou-se "formalmente e completamente culpado" e desejou "ser julgado o mais cedo possível".
A juíza federal tentou perceber se o acusado — que não é advogado e não escolheu um — compreendia a lei e estava ao corrente do que estava a fazer declarando-se culpado. Inicialmente, Leonie Brinkema afirmou que iria tomar em conta uma declaração de inocência, para o próprio bem do acusado, mas Moussaoui continuou a exigir que ela aceitasse a declaração de culpa. "As palavras podem ser usadas contra si", lembrou a juíza, que resolveu terminar a audiência e concedeu ao réu um prazo de uma semana para reflectir sobre a sua posição.
"Quero declarar-me culpado, porque isso assegurará a minha vida. Se me declarar culpado, poderei provar que tenho algum conhecimento sobre o 11 de Setembro", declarou Moussaoui.
Alguns responsáveis americanos acreditam que Moussaoui — cidadão francês de descendência marroquina, detido por violar as leis de imigração na altura dos atentados de 11 de Setembro — poderia ter sido o 20º pirata do ar.
Com 34 anos, Moussaoui arrisca-se a ser condenado à pena de morte. Quatro das primeiras acusações que lhe são feitas pelo Departamento de Justiça dos EUA podem implicar a pena capital: conspiração para cometer actos internacionais de terrorismo e actos de pirataria a bordo de um avião, conspiração para destruir aviões, conspiração para utilizar armas de destruição maciça e conspiração para assassinar cidadãos americanos e destruir bens imobiliários.