Gestão emocional

É uma óptima primeira obra, um objecto que faz figura de artesanato no interior do cinema americano: um cuidado inexcedível com os detalhes, com os tempos e com a respiração narrativa. E que elege os actores como veículo essencial para tudo isso, pedindo-lhes que encontrem um ponto de equilíbrio entre a "composição" e a "presença", num registo de tensão que parece sempre prestes a explodir - e quando explode, como na cena da discussão entre Tom Wilkinson e Sissy Spacek (muito justamente nomeados para os Óscares), parece uma descarga de energia acumulada. É, sobretudo, nesta gestão emocional que "Vidas Privadas" é muito bom, e é essencialmente por aí que Todd Field se anuncia como cineasta a seguir com atenção. Mesmo que a sequência final leve o filme para o território do factual e, transformando-o numa espécie de "short story" amoral sobre a justiça e a vingança, pareça afastá-lo do que até então fora fundamental: a intimidade, as proximidades distantes da família, os silêncios do quotidiano.

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É uma óptima primeira obra, um objecto que faz figura de artesanato no interior do cinema americano: um cuidado inexcedível com os detalhes, com os tempos e com a respiração narrativa. E que elege os actores como veículo essencial para tudo isso, pedindo-lhes que encontrem um ponto de equilíbrio entre a "composição" e a "presença", num registo de tensão que parece sempre prestes a explodir - e quando explode, como na cena da discussão entre Tom Wilkinson e Sissy Spacek (muito justamente nomeados para os Óscares), parece uma descarga de energia acumulada. É, sobretudo, nesta gestão emocional que "Vidas Privadas" é muito bom, e é essencialmente por aí que Todd Field se anuncia como cineasta a seguir com atenção. Mesmo que a sequência final leve o filme para o território do factual e, transformando-o numa espécie de "short story" amoral sobre a justiça e a vingança, pareça afastá-lo do que até então fora fundamental: a intimidade, as proximidades distantes da família, os silêncios do quotidiano.