Pau de Sangue

Plasticamente, "Pau de Sangue" tem momentos muito belos, e estão por certo aqui os melhores planos da obra de Flora Gomes. Mas o extremo cuidado posto na composição pictórica não tem correspondência na "mise-en-scène", no momento em que é preciso que as coisas se ponham a mexer - e há algo de extremamente vital que se perde nesta irresolução do confronto entre rigidez e movimento, para mais quando se pode defender que esse confronto é, a outro nível, um dos temas centrais do filme e da sua narrativa. Ficamos, então, com um lirismo de alguma pujança (o canto da terra, dos homens, e da relação da terra com os homens, num punhado de óptimos planos) mas que se verga, demasiado cedo e com demasiada facilidade, à tentação de uma alegoria pouco ágil.

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Plasticamente, "Pau de Sangue" tem momentos muito belos, e estão por certo aqui os melhores planos da obra de Flora Gomes. Mas o extremo cuidado posto na composição pictórica não tem correspondência na "mise-en-scène", no momento em que é preciso que as coisas se ponham a mexer - e há algo de extremamente vital que se perde nesta irresolução do confronto entre rigidez e movimento, para mais quando se pode defender que esse confronto é, a outro nível, um dos temas centrais do filme e da sua narrativa. Ficamos, então, com um lirismo de alguma pujança (o canto da terra, dos homens, e da relação da terra com os homens, num punhado de óptimos planos) mas que se verga, demasiado cedo e com demasiada facilidade, à tentação de uma alegoria pouco ágil.