O Vigilante da Noite

O dinamarquês Ole Bornedal dirigiu há quatro anos, no seu país, uma primeira versão deste "O Vigilante da Noite". Agora, nos EUA, e numa espécie de ritual de passagem que tem alguns precedentes, eis o "remake", com vedetas a sério (Ewan McGregor, Patricia Arquette, Nick Nolte) e certamente muito mais meios. Não conhecemos o filme original, e o mínimo que se pode dizer é que não é por este que ficamos com vontade de o ver. Há uma ideia-base com potencialidades (erguer um "thriller" em torno da solidão do guarda-noturno de uma morgue), mas completamente esboroada por exclusiva culpa da ostensiva falta de talento do realizador: tudo se resume a um penoso catálogo de "sustos" (onde há sempre um efeito sonoro a sublinhar o que a "mise-en-scène" não conseguiu), a mal engendradas piscadelas de olho a Hitchcock e a Lynch, e a uma narrativa armadilhada, permanentemente desonesta para com o espectador. Se isto era uma prova de admissão a Hollywood, Bornedal só pode ter chumbado. Ou não?

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O dinamarquês Ole Bornedal dirigiu há quatro anos, no seu país, uma primeira versão deste "O Vigilante da Noite". Agora, nos EUA, e numa espécie de ritual de passagem que tem alguns precedentes, eis o "remake", com vedetas a sério (Ewan McGregor, Patricia Arquette, Nick Nolte) e certamente muito mais meios. Não conhecemos o filme original, e o mínimo que se pode dizer é que não é por este que ficamos com vontade de o ver. Há uma ideia-base com potencialidades (erguer um "thriller" em torno da solidão do guarda-noturno de uma morgue), mas completamente esboroada por exclusiva culpa da ostensiva falta de talento do realizador: tudo se resume a um penoso catálogo de "sustos" (onde há sempre um efeito sonoro a sublinhar o que a "mise-en-scène" não conseguiu), a mal engendradas piscadelas de olho a Hitchcock e a Lynch, e a uma narrativa armadilhada, permanentemente desonesta para com o espectador. Se isto era uma prova de admissão a Hollywood, Bornedal só pode ter chumbado. Ou não?