Crítica
Ligações Selvagens
Um "thriller" construído (quase) sobre o vazio, baseado num argumento que à força de tanta reviravolta se coloca em perigosa rota de autodestruição. McNaughton assume esse lado anedótico e se isso não salva definitivamente o filme torna pelo menos suportável aquilo que, tomado a sério, o não seria de todo. "Ligações Selvagens" transforma-se assim numa espécie de comédia negra onde as personagens coexistem (e fazem "raccord") com crocodilos e se devoram umas às outras - é por isso que há pelo menos duas cenas em que os dentes ou as dentaduras têm importância fundamental. Apesar da ironia, a primeira meia-hora anunciava outro filme (por exemplo na entrada em cena de Theresa Russell, numa personagem que durante um plano parece imaginada por Tennessee Williams) porventura bem mais interessante; o filme que McNaughton acaba por fazer é apenas curioso.
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Um "thriller" construído (quase) sobre o vazio, baseado num argumento que à força de tanta reviravolta se coloca em perigosa rota de autodestruição. McNaughton assume esse lado anedótico e se isso não salva definitivamente o filme torna pelo menos suportável aquilo que, tomado a sério, o não seria de todo. "Ligações Selvagens" transforma-se assim numa espécie de comédia negra onde as personagens coexistem (e fazem "raccord") com crocodilos e se devoram umas às outras - é por isso que há pelo menos duas cenas em que os dentes ou as dentaduras têm importância fundamental. Apesar da ironia, a primeira meia-hora anunciava outro filme (por exemplo na entrada em cena de Theresa Russell, numa personagem que durante um plano parece imaginada por Tennessee Williams) porventura bem mais interessante; o filme que McNaughton acaba por fazer é apenas curioso.