Telavive quer atrair empreendedores estrangeiros para ecossistema de startups

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Rui Gaudêncio

As autoridades israelitas lançaram recentemente um programa de vistos de dois anos para empreendedores que queiram trabalhar em Telavive, o segundo ecossistema de startups do mundo, depois de Silicon Valley, nos Estados Unidos.

"Já existem acordos com Berlim, Munique e Paris (...) e o objectivo destes programas é atrair empreendedores para participarem neste ecossistema de Telavive, que é muito cooperativo", disse Mira Marcus, responsável de comunicação desta cidade israelita.

A nível local e nacional, a câmara de Telavive é um dos principais dinamizadores deste ecossistema ao proporcionar aos empreendedores espaços de coworking, onde recebem, por 300 shekels (cerca de 80 euros) uma secretária. "O café e wifi são grátis", afirmou, durante um encontro com jornalistas portugueses num dos espaços usados como acelerador do ecossistema.

"The Library" (a biblioteca) é um dos aceleradores mais dinâmicos de Telavive para lançamento de startups: pequenas empresas, de base tecnológica, ainda em fase de exploração e concretização de uma ideia.

A ideia de organizar este acelerador num open space, sem escritórios, é também essa, permitir que haja trocas de ideias, mesmo entre diferentes equipas e projectos, disse Mira Marcus, numa cidade onde existem perto de 60 aceleradores. O nome foi dado pelo objectivo original das instalações. Antes era apenas uma biblioteca, com poucos utilizadores, numa das principais zonas da cidade. Agora, vários grupos ocupam o espaço, ainda organizado em torno de uma reduzida biblioteca camarária. O ambiente é descontraído e povoado de jovens empreendedores, que normalmente se lançam nesta aventura depois de cumprirem o serviço militar obrigatório.

"Para entrar neste acelerador são precisas três condições: ter uma boa ideia, não ter outro emprego a tempo inteiro e ter uma equipa de pelo menos duas pessoas" para que exista diálogo. "De seis em seis meses, escolhemos 10 a 15 empresas novas que aceitamos por um período de seis meses. Depois têm de sair. Uns desistem, outros abrem escritório noutro sítio", explicou.

Em Telavive, existe uma startup para cada 431 residentes, num total de quase 420 mil residentes. O equivalente a 19 por quilómetro quadrado. Algumas das startups mais famosas e mais usadas do mundo - Viber, Fairfly, RoomsNinja ou Moovit - são israelitas e nasceram nesta cidade.

Aproximadamente mil (64%) das empresas de alta tecnologia israelitas em Telavive são startups, que estão nas fases iniciais de desenvolvimento: ainda formular a ideia inicial, ou no estágio de desenvolvimento, ou melhoria do produto.

Entre Outubro de 2012 e Novembro de 2014 foram criadas perto de 400 empresas de alta tecnologia em Telavive, o que representa 38% destas companhias criadas em todo o país.

Neste mesmo período foram criadas 280 startups em Telavive, um crescimento de 40% comparativamente aos 26% de média registados no país. As startups em Telavive representam 29% deste tipo de empresas em Israel.

Entre 2010 e 2013, o volume de negócios das empresas de alta tecnologia em Telavive rondou os 3,5 mil milhões de dólares. Perto de 50 mil pessoas trabalham nestas empresas, com sede na cidade.

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