Juiz liberta homem detido pela PJ que terá abusado de enteada durante quatro anos

Suspeito confessou parcialmente os crimes à polícia. Terá abusado ainda de uma amiga da enteada. Instituição que acolheu a criança denunciou suspeitas à Judiciária.

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Sérgio Azenha

Há quatro anos, “Maria”, então com 10, deixou de viver com o pai em Lisboa para ir viver com a mãe em Vilar Formoso. Terá passado então a ser vítima de abusos sexuais de um homem, de 55 anos, com quem a mãe iniciara uma relação. Os abusos, diz a PJ, ocorriam no interior da habitação do casal, durante a noite, enquanto a mãe trabalhava na cozinha de um restaurante. Os crimes terão ocorrido entre 2009 e 2013.

O reformado foi detido na quinta-feira pela PJ da Guarda, depois de, aos inspectores, confessar parcialmente os abusos. O juiz decidiu esta sexta-feira que o homem vai aguardar julgamento em liberdade, sujeito a apresentações semanais na polícia local.

O antigo gasolineiro, que está fortemente indiciado por abuso sexual de menores, vive num lar de idosos da Guarda. Foi ali acolhido depois de ter ficado sem habitação e após ter pedido ajuda à Segurança Social. Em 2013, o relacionamento de seis anos chegou ao fim. A mãe começou, segundo fonte da PJ, a suspeitar da malícia com que o companheiro falava da enteada. Porém, já antes se verificaram queixas na GNR por violência doméstica e maus-tratos que resultaram na institucionalização da menina e de um outro filho, então com dois anos e filho do suspeito e da companheira.

Foi uma instituição da Guarda, que acolheu as duas crianças em Maio deste ano, que denunciou os crimes à PJ. A menina descreveu os abusos às assistentes sociais da instituição numa primeira entrevista de recepção. 

Uma outra criança, amiga da enteada do suspeito, também terá sido vítima dos abusos quando visitou a casa de “Maria”. Os abusos a essa criança, “alguns anos mais nova” do que a filha do suspeito, terão ocorrido apenas por uma vez, nessa altura, diz a PJ.

O suspeito conheceu a mãe da vítima em 2007, quando esta se mudou para Vilar Formoso. Uma proposta de trabalho num restaurante naquela localidade, após a separação do pai da filha, pesaram na decisão.

O suspeito contou à polícia que, depois de a mulher sair para o trabalho, se deitava na cama com a menina e com o outro filho para os adormecer, adiantou ao PÚBLICO fonte da PJ. Depois de o rapaz adormecer, ocorreriam os abusos. O suspeito não tinha cadastro nem estava referenciado pela polícia por situações semelhantes.

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