Heliportugal culpa empresa do Estado por helicópteros não operacionais na época de fogos

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Desde Janeiro já deflagram cerca de 5800 incêndios em floresta e mato Paulo Pimenta

A Heliportugal, empresa que assegura a manutenção dos meios aéreos públicos de combate a incêndios florestais, responsabilizou hoje a EMA por dois helicópteros Kamov não estarem operacionais, desde o início da época de fogos.

Em comunicado, a Heliportugal avança que um dos seis helicópteros pesados que compõem a frota da Empresa de Meios Aéreos (EMA) foi entregue no domingo, dois meses antes do prazo estipulado, mas outro aparelho encontra-se inactivo desde o acidente de Setembro de 2012, porque a EMA não aprovou o orçamento para a reparação.

Num esclarecimento enviado à agência Lusa, a EMA, por seu lado, diz que o Kamov que hoje entrou ao serviço “padecia de várias avarias, entre elas uma reparação ao mastro, de responsabilidade da Heliportugal, e cuja aceitação por parte do INAC [Instituto Nacional de Aviação Civil], só se verificou no passado dia 5 de agosto”.

“Daí que a entrega [do helicóptero] à EMA, como pronto para o serviço, só se tenha verificado no passado dia 11 de agosto”, prossegue a Empresa de Meios Aéreos, esclarecendo que não tem actualmente qualquer dívida com a Heliportugal.Segundo a EMA, o outro helicóptero Kamov acidentado está em vias de registar uma avaliação, esperando-se a chegada dos técnicos, ainda este mês, com vista à elaboração do orçamento da sua reparação.

A EMA adianta ainda que, em função do valor orçamentado, “se decidirá do futuro dessa aeronave”.

O Conselho de Ministros, entretanto, autorizou, a 1 de Agosto, a despesa com a locação de um helicóptero pesado para combate aos incêndios florestais, para substituir o Kamov acidentado.

Na altura, o ministro da Presidência, Marques Guedes, afirmou tratar-se de “uma medida cautelar, para manter o efectivo global conforme estava planeado".

No comunicado que hoje divulgou, a Heliportugal indica que o Kamov, parado desde Dezembro de 2012 para reparação das pás, foi entregue no domingo, “conseguindo uma antecipação de dois meses do prazo estipulado contratualmente” e “ainda em tempo útil para a época de incêndios”.

“O orçamento para a reparação da aeronave – que, por opção da EMA, não estava coberta por nenhum seguro – foi enviado pela Heliportugal em Dezembro de 2012, com um prazo de entrega de 150 dias após a adjudicação, o que permitiria à aeronave estar operacional em maio de 2013, antes do início da fase Charlie. Mas o orçamento só foi aprovado pela EMA em 9 de Maio passado, adiando a sua entrega prevista para Outubro, já após o período crítico dos incêndios”, explica a empresa.

O presidente da Heliportugal, Pedro Silveira, destaca, no comunicado, o esforço da empresa na antecipação da entregue, tendo em conta que “a dívida vencida da EMA para com a Heliportugal ultrapassa neste momento os cinco milhões de euros”.

O outro Kamov, que sofreu um acidente no combate a um incêndio no ano passado, continua no chão à espera de ser reparado, tendo a Heliportugal apresentado à EMA um orçamento de 83 mil euros, que ainda não foi aprovado, adianta a empresa que faz a manutenção das aeronaves do Estado.

 

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