Bebé encontrado na Madeira não terá alta médica antes da próxima segunda-feira

Polícia Judiciária reitera que não há suspeitos detidos nem arguidos no que aparenta ser um caso de rapto.

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A casa de onde Daniel desapareceu no domingo: a PJ suspeita do crime de rapto Miguel Manso

Daniel, o menino de 18 meses que esteve desaparecido durante três dias na Madeira, não terá alta médica antes de segunda-feira, confirmou ao PÚBLICO o presidente do Serviço Regional de Saúde (SESARAM), Miguel Ferreira.

“As análises mantêm-se com os mesmos níveis, por isso vão aguardar a normalização de todos os indicadores”, adiantou Ferreira, garantindo que a prorrogação da alta medica não foi determinada pela investigação policial, mas por razões “meramente clínicas”. Segundo informação do responsável pelo SESARAM e do Hospital Central do Funchal, o bebé vai ser reavaliado no domingo e, na segunda-feira, os médicos decidirão se permanece ou não naquela unidade onde está internado desde quarta-feira.

O relatório médico preliminar entregue quinta-feira à Polícia Judiciária, a solicitação desta, permite concluir que a criança não esteve exposta durante três dias às baixas temperaturas e à chuva registadas no local, de difícil acesso, onde foi encontrada na manhã de quarta-feira com a fralda suja e as mesmas roupas, a cerca de três quilómetros da casa dos tios, de onde desapareceu no domingo. E, como frisa Miguel Ferreira, não apresentava “sinais de subnutrição”, pelo que “é pouco verosímil que tenha passado três noites ao relento e à fome”. Também “não há dúvida de que alguém lhe deu comida”, conclui o presidente do SESARAM.

Os exames médicos preliminares revelam “algum grau de sofrimento muscular” que se presume “estar relacionado com a exposição ao frio", revelou Miguel Ferreira. Na reavaliação feita na sexta-feira, os valores da enzima CK, indicador sensível e específico de lesão muscular, continuavam baixos, pelo que “é preciso aguardar algum tempo para que nova reavaliação seja feita” no domingo, adiantou.

Entretanto, o Departamento de Investigação Criminal da Polícia Judiciária na Madeira voltou a desmentir referências sobre a identificação ou detenção de indivíduos suspeitos de rapto ou subtracção do menor, acrescentando que até ao momento ninguém foi constituído arguido. “Tais notícias são falsas, não se confirmam”, assegurou o porta-voz daquela corporação, que continua a investigar o caso.

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