Pedro Gonçalves e Leonardo Mathias entram na equipa de Pires de Lima

Equipa do Ministério da Economia já está fechada. Adolfo Mesquita Nunes e Sérgio Monteiro mantêm-se.

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Sérgio Monteiro Foto: Daniel Rocha

Pedro Gonçalves substitui Franquelim Alves no Empreendedorismo e há um novo secretário de Estado da Economia: Leonardo Mathias. Adolfo Mesquita Nunes e Sérgio Monteiro vão manter-se no Ministério da Economia, agora liderado por Pires de Lima, como secretários de Estado do Turismo e das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, respectivamente.

Leonardo Mathias, 48 anos, é sócio e administrador da gestora de activos Dunas Capital, e ex-responsável da Schroders para a Península Ibérica. Administrador da Associação de Analistas Financeiros , é ainda membro do Conselho Nacional do CDS/PP. A pasta que irá ocupar tinha desaparecido com a saída de Almeida Henriques, em Março, candidato à Câmara de Viseu.

Em entrevista ao PÚBLICO, Leonardo Mathias defendia, em Dezembro de 2012, que falta ao OE para 2013 “um choque vitamínico” que relance o crescimento económico. O gestor lembrava ainda que os mercados “são muito espertos” e estão mais preocupados com a queda continuada do PIB do que com a consolidação orçamental, ainda que esta seja importante.   

De saída da Horta Seca está Franquelim Alves, nomeado secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, confirmou o PÚBLICO. O substituto será Pedro Gonçalves, que era até agora vogal executivo da AICEP. Franquelim Alves tinha tomado posse a 1 de Fevereiro de deste ano, após a saída de Carlos Nuno Oliveira.

 A equipa de António Pires de Lima, que deixou o cargo de presidente da Unicer para assumir o Ministério da Economia, fica completa com a manutenção de Adolfo Mesquita Nunes e Sérgio Monteiro.

Adolfo Mesquita Nunes está na secretaria de Estado do Turismo desde Janeiro, tendo substituido a também deputada do CDS, Cecília Meireles. Desde que chegou ao ministério, tem defendido a pasta com maior agressividade do que tinha acontecido até aí. O novo Plano Estratégico Nacional do Turismo, aprovado no início deste ano no Parlamento, é uma das suas principais conquistas. 

Formado em Direito, foi protagonista na votação pelo direito à adopção por casais de pessoas do mesmo sexo, em Fevereiro de 2012, por ter sido o único deputado do CDS a pronunciar-se favoravelmente. O feito valeu-lhe um prémio do site de notícias e cultura LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgéneros) dezanove.pt no final do ano passado. 

Em Novembro do ano passado, causou polémica quando criticou o Orçamento do Estado para 2013, afirmando à Lusa que se exigia que "reflectisse uma consolidação orçamental pelo lado da despesa, que espelhasse alterações substanciais no modelo de Estado e reduções significativas da despesa estrutural”. 

Já Sérgio Monteiro trata-se do único secretário de Estado do Ministério da Economia que sobreviveu às sucessivas remodelações da tutela de Santos Pereira. Todos os restantes foram substituídos nos últimos meses. E, agora, sobrevive também à saída do ministro, mantendo exactamente as mesmas funções.

Antes de entrar no Governo, fazia parte do conselho de administração do Caixa-Banco de Investimento. Nessa qualidade, estava especialmente dedicado à área de project finance, tendo passado pelas suas mãos muitas das parcerias público-privadas (PPP) que hoje existem em Portugal.

Enquanto secretário de Estado, foi ganhando relevância política, não só pela importância das pastas que lidera, mas também por alguns traços de personalidade. Sérgio Monteiro, natural de Mangualde, é reconhecido pelas capacidades técnicas e também pelo pulso firme que tem demonstrado, seja perante a oposição ou frente às empresas públicas de transportes.

Ao longo dos últimos meses, os holofotes foram-se acendendo à sua volta, entre aplausos e assobios, consoante as ocasiões: da bem-sucedida privatização da ANA à fracassada venda da TAP, do emagrecimento de custos nos transportes ao aumento dos preços para os passageiros, da renegociação das PPP à cobrança de portagens nas antigas Scut.

Sérgio Monteiro inicia o novo ciclo na equipa de Pires de Lima ainda com muitos dossiers pendentes. Nesta quinta-feira, foi lançada a alienação dos CTT e este ano comprometeu-se ainda a concessionar as empresas públicas de transportes a privados. Mas há muitos outros temas, regra geral controversos, a que é preciso dar continuidade, como é o caso da transferência do terminal de contentores para a Trafaria.

Recorde-se que a Economia perdeu a tutela da energia e do emprego, pelo que estas pastas vão passar para os ministérios de Moreira da Silva (Ambiente e Energia) e Mota Soares (Trabalho, Solidariedade e Segurança Social), não se sabendo ainda se ficam nas mãos dos mesmos secretários de Estado. 

 

 

 
 
 
 
 
 

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