Rui Rio considera que primárias podem ser "solução para forçar partidos à abertura"

Apesar de não as defender como princípio, o ex-autarca do Porto admite a sua necessidade "dado o estado a que chegamos".

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Rui Rio teve ontem a sua última ceia com os vereadores enquanto presidente da Câmara do Porto Adriano Miranda

O ex-presidente da câmara do Porto, Rui Rio, disse quinta-feira, na Póvoa de Varzim, que, "considerando que o regime está como está", a realização de eleições primárias pode ser "solução" para "forçar os partidos à abertura".

Rui Rio falava na conferência "Portugal: ontem, hoje e amanhã", que se realizou quinta-feira à noite no Clube de Caçadores da Estela, na Póvoa de Varzim, e, já na fase de perguntas e respostas destinado ao público, explicou o que pensa sobre eleições primárias.

"À partida, se as coisas funcionassem como deviam, funcionar não fazia sentido que houvessem primárias, porque, livremente, os militantes dos partidos escolheriam que deviam escolher e não se inscreve no partido quem não quer e inscreve-se quem quer", declarou Rio.

O social-democrata abriu-se, no entanto, a esta possibilidade, justificando a opinião com o estado atual do país.

"Considerando, no entanto, que o regime está como está, os partidos estão como estão, eu admito condescender com regras mais lógicas e mais apertadas do que aquelas que foram utilizadas no Partido Socialista, utilizar essa solução como forma de forçar os partidos à abertura", disse o ex-presidente da autarquia do Porto.

Rui Rio, recuou de novo para dizer que "na pura tese teórica isso [referindo-se a eleições primárias] não faz sentido", para voltar a repetir: "Dado o estado a que chegamos admito que possa ser um contributo positivo", concluiu.

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