PSD e Frelimo discutem facilitação de vistos entre Portugal e Moçambique

Luís Montenegro gostaria de ver o assunto abordado numa próxima visita do Presidente moçambicano a Portugal.

Foto
Luís Montenegro termina nesta terça-feira uma visita de dois dias a Maputo Miguel Madeira

Os líderes parlamentares do PSD e da Frelimo, partidos maioritários em Portugal e Moçambique, discutiram nesta terça-feira em Maputo a circulação de cidadãos entre os dois países e anunciaram que vão trabalhar para que o processo seja agilizado.

"Há uma predisposição de, nos nossos grupos parlamentares, na nossa margem de acção legislativa e também de persuasão dos nossos governos, convergirmos para tornar as regras mais rápidas e menos burocráticas", disse o social-democrata Luís Montenegro aos jornalistas, no final de um encontro com a sua homóloga da Frelimo, Margarida Talapa.

O líder da bancada do PSD referiu-se à possibilidade de existir facilitação de vistos para casos específicos, como encontros empresariais e participação em eventos relevantes, de modo a que os cidadãos nãos sejam prejudicados pela "morosidade e complexidade" na obtenção de documentos.

"É um problema comum, pelo que empenho será redobrado e espero que este encontro seja o clique para que os nossos governos tenham uma resposta efectiva a esta questão", afirmou Montenegro, que gostaria de ver o assunto levantado numa próxima visita do Presidente moçambicano a Portugal.

"Esta questão não é apenas dos portugueses, nós também sentimos a mesma coisa", disse por seu lado Margarida Talapa, que descreveu Moçambique como "um país aberto" e que pretende alcançar a facilitação de vistos com vários estados, incluindo Portugal, embora o assunto não seja uma responsabilidade parlamentar.

"Mas naturalmente levaremos a quem de direito", declarou a líder da maioria parlamentar em Moçambique.

Os governos dos dois países discutiram em 2014 um acordo de facilitação de vistos para várias categorias de cidadãos como empresários, desportistas ou agentes culturais, à semelhança do que acontece com Angola, mas o processo ficou em pausa devido às eleições em Outubro do ano passado em Moçambique, que resultaram num novo executivo, empossado em Janeiro.

Luís Montenegro termina nesta terça-feira uma visita de dois dias a Maputo, juntamente com o vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, António Rodrigues, que "visou estreitar ainda mais as relações, já muito próximas, entre os dois parlamentos, mas desta feita numa perspectiva mais partidária".

O líder do grupo parlamentar do PSD recordou que Portugal atravessou "um momento de grande dificuldade e adversidade, pela circunstância de o país ter mergulhado num desequilíbrio financeiro muito significativo", mas defendeu também que “países amigos e irmãos, como Moçambique, foram relevantes para ultrapassar esse contexto". Mas já “deixou a recessão” e “a economia está a crescer”.

Ainda assim, Portugal deve, sublinhou, "aproveitar a rede de povos que partilham o espaço comum da língua e têm processos de desenvolvimento de que também é parte, para ajudar a vencer as dificuldades".

Luís Montenegro recordou que vivem em Moçambique mais de 20 mil portugueses, que tal “tem-se reflectido de forma positiva" no país e que a comunidade portuguesa é a que “mais postos” de trabalho cria.

Margarida Talapa salientou que PSD e Frelimo são os partidos que suportam os respectivos governos e que estes encontros são "essenciais não para a unificação da estratégia, mas para a troca de métodos de trabalho".

Sugerir correcção
Comentar