Portas diz que a "única" comissão a que é candidato é comissão política do CDS

Líder do CDS reage a notícia do PÚBLICO, sobre ser um dos possíveis nomes para comissário europeu

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Questionado a pronunciar-se sobre se vai ser candidato a comissário europeu, Portas respondeu de rajada: "Confirmo. Eu sou candidato a presidente da Comissão Política Nacional do CDS-PP."

Em declarações aos jornalistas, já dentro do espaço onde se fazem as acreditações dos delegados ao XXV Congresso do CDS-PP, o presidente dos democratas-cristãos reiterou que vai falar aos congressistas e que será “o mais pedagógico que conseguir ser” e explicar as políticas. Porém, Portas clarificou que não pretende justificar-se sobre a demissão "irrevogável" do Verão passado, porque isso é para “quem tem problemas de consciência”: “Eu não tenho”, declarou.

O líder do CDS e vice-primeiro-ministro vai intervir por volta das 12h30 hora no congresso e disse aos jornalsitas que ainda pretendia passar os olhos pela sua intervenção, que preparou para os congressitas.

Este congresso do CDS foi adiado por causa da crise política de Julho, havendo grande expectativa sobre as explicações que Paulo Portas dará sobre a sua demissão "irregovável" do cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros, que culminou com a promoção a vice-primeiro-ministro.

Paulo Portas promete dizer “alguma coisa” sobre isso. Mas não será uma explicação alongada e muito menos um pedido de desculpas sobre a demissão, disseram ao PÚBLICO alguns dos mais próximos do líder do CDS.

Pires de Lima quer discutir o essencial
O presidente da mesa do Conselho Nacional do CDS, António Pires de Lima, disse este sábado que “há muitos portugueses a viver mal em Portugal e a sofrer” e que “a última coisa que gostaria é que este congresso fosse um congresso fulanizado, de discussão de cargos e de títulos num partido que precisa fundamentalmente de dar um sinal de esperança aqueles que estão a sofrer em Portugal”.

À chegada ao XXV Congresso do PP, que decorre até domingo, em Oliveira do Bairro, Pires de Lima não revelou se pretende recandidatar-se ao cargo de presidente do Conselho Nacional (CN). Uma eventual recandidatura de Pires de Lima inviabiliza a candidatura de Luís Nobre Guedes, o nome que o Movimento Alternativa e Responsabilidade quer para liderar a lista ao Conselho Nacional.

"A última coisa que preocupa os portugueses neste momento é saber quem vai ser o presidente do Conselho Nacional do CDS", disse o também ministro da Economia, que fez votos para que a reunião magna dos centristas seja “uma demonstração de que o partido nesta altura se sabe focar naquilo que é essencial".

"É verdade que estamos a iniciar um processe de recuperação económica mas é igualmente verdade que este crescimento ainda não chegou às pessoas", referiu o dirigente nacional do CDS.

Ao ser questionado se este congresso se destina a preparar a sucessão de Paulo Portas na liderança do partido, Pires de Lima enalteceu a participação de Nobre Guedes e de António Lobo Xavier no conclave que, sublinhou, irão contribuir para "a boa discussão de ideias".

Por seu lado, a ministra da Agricultura e vice-presidente do CDS, Assunção Cristas, considerou que o Congresso é "uma altura muito boa" para reflectir sobre o papel dos partidos nos próximos dois anos.

"Numa altura em que vamos ter no nosso país a liberdade de escolha que nos foi retirada pelo PS, é uma altura muito propícia para essa reflexão", afirmou Cristas aos jornalistas, à entrada para o congresso centrista.

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