Para Portas, “a utopia faz muito mal à economia”

"É difícil associar Portugal a uma só imagem. Talvez à excepção do CR7", disse o governante, para quem o país é procurado por áreas como o surf, gastronomia ou história.

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Paulo Portas foi contratado pela Mota-Engil Nuno Ferreira Santos

O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, afirmou nesta terça-feira ser um "firme defensor" de entendimentos "à mesa das negociações" e um crítico de ideias utópicas para a economia, valorizando antes a responsabilidade social e política. "A utopia faz muito mal à economia e a responsabilidade faz muito bem à sociedade", vincou o governante, que falava num hotel em Lisboa na tomada de posse da direcção da Confederação do Turismo Português (CTP) para o triénio 2015-2018.

Na ocasião, Portas sublinhou ser um "firme defensor de que é à mesa das negociações que se atingem" objectivos em prol da sociedade, dando como exemplo o erguer da Europa, que não foi feito "nem com greves, nem com manifestações".

"Mais fácil é fazer discursos puramente utópicos que não têm qualquer consequência", acrescentou, num discurso de cerca de 30 minutos.

Falando perante vários membros do Governo, deputados, e responsáveis de entidades públicas e privadas, maioritariamente ligadas ao sector do Turismo, Portas reconheceu a necessidade de "acentuar" a ligação entre o Estado e o sector privado na promoção externa de Portugal, e enalteceu a "diversificação de estratégia de promoção" do país.

"É difícil associar Portugal a uma só imagem. Talvez à excepção do CR7 [Cristiano Ronaldo]", declarou, lembrando que o país é procurado por áreas como o surf, gastronomia ou história, por exemplo.

"Ainda Portugal não tinha saído da recessão e já o turismo tinha em 2013 o seu melhor ano de sempre", números que 2014 superou e que o primeiro trimestre deste ano reforçou.

O "gosto e a curiosidade que os estrangeiros têm sobre Portugal" foram factores destacados pelo vice-primeiro-ministro, que disse que tal fenómeno "não é ocasional nem filho de consequência aleatória", antes mérito do país e das suas qualidades.

"Gostava de agradecer ao sector do turismo. Desde 2011 que Portugal viveu um tempo de excepção. E voltar a ter a possibilidade de viver num país de economia mais sã. Acho com certeza que é uma ambição boa, sobretudo para quem viveu estes anos de excepção", disse o governante.

Portas vincou ainda a necessidade de Portugal ser competitivo fiscalmente, se não os empresários estrangeiros" vão criar empregos noutros países".

A nova direcção da CTP, hoje empossada, é presidida por Francisco Calheiros e tem seis vice-presidentes: Elidérico Viegas, da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Luís Correia da Silva, da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Carlos Moura, da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), Jorge Armindo Teixeira, da Associação Portuguesa de Casinos (APC), Rodrigo Pinto de Barros, da Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT) e Vítor Costa, da Associação Turismo de Lisboa (ATL).

A entidade tem também seis vogais: Jorge Ponce de Leão, da ANA - Aeroportos de Portugal, Diogo Gaspar Ferreira, do Conselho Nacional da Indústria do Golfe (CNIG), António Loureiro, da Galileo Portugal, Frederico Costa, do Grupo Visabeira, Manuel Proença, da Hoti Hotéis SGPS, e Luiz da Gama Mór, da TAP.

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