É bom ser-se amigo
Paulo Campos foi um bom médico, amigo e ser humano. Desde quando é que isto é um crime?
Tanto o IGAS como o sindicato STAE (Sindicato dos Técnicos de Ambulância e Emergência) têm uma certa razão: a pessoa, com um cancro de pulmão em estado avançado, poderia ter viajado de ambulância de Cascais para Abrantes, onde viria a morrer uns dias depois.
A minha mãe Diana, que morreu este ano, viveu melhor os últimos dias, graças à generosidade humana do pessoal do INEM. Os técnicos de ambulância e emergência tomaram decisões extra-legais que fizeram com que ela sofresse menos do que a lei, sempre invariável e impiedosa, mandaria.
O INEM é maravilhoso. Temos muita sorte de poder contar com ele. Paulo Campos, ao ajudar a amiga dele, registou-se como "médico assistente/amigo da família". Foi visitá-la no Hospital de Cascais.
Paulo Campos é um grande médico e amigo. Tratou alguém mais mal por ter mandado um helicóptero transportar menos desconfortavelmente, num dos últimos dias de vida, a amiga dele?
Não. Paulo Campos foi um bom médico, amigo e ser humano. Desde quando é que isto é um crime?
Estamos todos confusos. A empatia, a amizade e o amor são os salvadores naturais das nossas emoções. E das nossas vidas.
Deixem estar Paulo Campos. Viva!