Dirigente do CDS acusa coligação de adiar proposta sobre a defesa da vida

Miguel Alvim não aceita que o Governo faça da demografia a primeira prioridade da próxima legislatura e acabe por adiá-la quando actualmente beneficia de uma maioria parlamentar.

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Regime jurídico das autarquias locais é discutido esta quarta-feira no Parlamento Enric Vives-Rubio

O conselheiro nacional do CDS, Miguel Alvim, criticou os directórios políticos dos dois partidos que sustentam a maioria de fazerem da demografia o primeiro de nove compromissos do programa da coligação Portugal à Frente para as eleições legislativas e depois “adiarem cinicamente” para a próxima legislatura a discussão de uma proposta de lei “Direito a Nascer”, mobilizada pela Federação Portuguesa pela Defesa da Vida.

“Este Governo tinha as condições ideias para debater durante esta legislatura a proposta de lei, subscrita por mais de 48 mil pessoas, porque, de facto, o problema da demografia é gravíssimo em Portugal. Mas, em vez disso, preferiu adiar essa discussão numa atitude completamente cínica”, criticou Miguel Alvim do Movimento Alternativa e Responsabilidade (MAR), de oposição à liderança interna de Paulo Portas.

Ao PÚBLICO, Miguel Alvim frisa que "a maior parte das pessoas que votam do PSD e no CDS acredita nestas questões da natalidade, da defesa da vida, da gravidade da demografia” e por isso sente-se “defraudada” com o adiamento da proposta. “A vida não pode ser uma espécie de contemplação de radicais católicos de direita. A vida é a vida e um país sem vida morre”, afirma.

O dirigente do MAR aproveita, de resto, para criticar a vice-presidente do CDS, Assunção Cristas, afirmando que “não é com declarações a dizer que é católica e mãe de quatro filhos que se resolve o problema da demografia em Portugal”. “Isso não faz defesa da vida, isso são amabilidades”, aponta, frisando que a “vida defende-se com a criação de dispositivos favoráveis à natalidade, à protecção da família, de protecção à vida”.

Miguel Alvim acusa ainda o líder do CDS de ter mentido aos conselheiros nacionais. “Paulo Portas comprometeu-se a apresentar-nos a proposta do programa do Governo da coligação Portugal à Frente e nós fomos confrontados com o anúncio das medidas eleitorais em directo pelas televisões ”, lembra o dirigente nacional democrata-cristão, frisando que foi o único que se absteve na altura em que a medida foi votada.

“Deixou-nos a garantia de que íamos plebiscitar esse acordo quando ele [Paulo Portas] já tinha sido decidido tudo”, indigna-se Miguel Alvim, condenando aquilo que classifica como “uma maneira insuportável de fazer política”.

 

 

 

 

 

 

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