Assis marca encontro para esta sexta-feira

Corrente crítica da actual direcção antecipa encontro na Mealhada. Costa convidou, e Assis aceitou, estar na reunião de domingo da comissão política.

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Paulo Pimenta

A corrente alternativa à direcção do PS, que tem Francisco Assis como líder, decidiu manter o encontro na Mealhada, antecipando para esta sexta-feira a reunião que tinha sido agendada para sábado. Em vez de um almoço, o grupo de socialistas descontentes com o actual rumo seguido pela direcção optou por organizar uma sessão pública num auditório da mesma localidade. E, assim, o sinal de clarificação e descontentamento fica dado ainda antes da discussão interna que está prevista para este fim-de-semana.

A corrente Assis havia desconvocado esse encontro depois de o secretário-geral, António Costa, ter anunciado a realização de uma reunião da comissão nacional para a mesma altura. A ordem de trabalhos revelada refere a análise da situação política e a avaliação das diligências levadas a cabo com os restantes partidos da esquerda. Para um dia depois da reunião do principal órgão interno do partido entre congressos, Costa agendou uma reunião da comissão política nacional. Entretanto, ficou a saber-se que o secretário-geral do PS alargou essa reunião aos eurodeputados do PS. Uma decisão para permitir que Francisco Assis possa participar no encontro de domingo, já que o parlamentar europeu não tem assento nos órgãos internos do PS.

Com perto de 400 inscritos já arregimentados até agora, o movimento considerou que fazia sentido manter a iniciativa.

O almoço fora marcado no fim-de-semana que antecede a discussão do programa do Governo da coligação, em relação ao qual a direcção socialista tinha já anunciado o voto favorável à rejeição do novo Governo de Pedro Passos Coelho. Os opositores de António Costa, apesar de estarem em minoria nos órgãos do partido e no próprio grupo parlamentar, acreditam que “representam metade do eleitorado do PS”. “Metade do eleitorado socialista está assustado com a deriva que o partido está a seguir e isto que nós estamos a fazer comparado com o que os apoiantes do actual secretário-geral fizeram à anterior direcção não é nada”, afirmou fonte socialista ao PÚBLICO no passado fim-de-semana, agitando com o risco de o PS guinar completamente à esquerda. “O partido corre o risco da 'pasokização' e 'syrização'. Há aqui uma deriva à esquerda e isso é muito perigoso”, adverte a mesma fonte, considerando que o partido “deve ter uma reserva, evitando pôr as fichas todas em António Costa” numa próxima disputa da liderança.

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