Shirley MacLaine celebra 90 anos com novo filme e livro de memórias
Actriz comemora o aniversário com um projecto apontado para o futuro: um livro, com data de lançamento a 22 de Outubro, no qual partilha momentos da sua vida.
Shirley MacLaine celebra, nesta quarta-feira, 90 anos. Mas, apesar da avançada idade, não deixa de ter projectos para o futuro. Um deles é um livro, The Wall of Life (A Muralha da Vida, numa possível tradução), no qual inclui histórias do seu preenchido percurso artístico e mais de 150 fotografias do seu espólio particular. “Vivi uma vida maravilhosa e queria partilhá-la”, explicou a actriz à revista People.
Além do livro de memórias, MacLaine está prestes a voltar ao trabalho no grande ecrã, com o papel de protagonista em People Not Places, de Brad Furman, em que interpreta o papel de uma mulher alegre, de idade avançada, que estabelece uma amizade improvável com um sem-abrigo local, enquanto tenta recuperar a relação com o filho.
Shirley MacLaine nasceu a 24 de Abril de 1934, em Richmond, Virgínia, EUA. A mãe, Kathlyn Corinne Beaty, de quem a actriz adoptou o nome de solteira, MacLaine, era professora de teatro e o pai, Ira O. Beaty, professor de psicologia, administrador escolar, agente imobiliário e músico amador. Tanto Shirley, como o irmão mais novo, o também actor (além de argumentista, produtor e realizador) Warren Beatty, acabaram por beber inspiração das veias artísticas dos pais, seguindo o caminho da representação.
Antes, MacLaine, que começou a ter aulas de ballet aos 3 anos, trabalhou como bailarina e modelo. A porta da representação abriu-se quando, em 1954, foi contratada como corista e substituta da segunda protagonista, Carol Haney, no musical de sucesso da Broadway, The Pajama Game, onde o produtor de cinema Hal Wallis a descobriu.
A estreia no cinema deu-se com um filme de Alfred Hitchcock, O Terceiro Tiro, de 1955. Em 1959, recebeu a sua primeira nomeação para o Óscar de melhor actriz, por Deus Sabe Quanto Amei, drama romântico assinado por Vincente Minnelli e que tinha entre o elenco principal Frank Sinatra e Dean Martin. Seguiram-se mais quatro nomeações (três como actriz, por O Apartamento, Irma la Douce e A Grande Decisão; outra de melhor documentário, por The Other Half of the Sky: A China Memoir) até receber a ambicionada estatueta.
MacLaine conquistou o Óscar de melhor actriz pela sua participação em Laços de Ternura, melodrama de James L. Brooks, que fez chorar meio mundo e que conta a história de uma mãe e uma filha (Debra Wingerque se unem novamente após esta última ser diagnosticada com uma doença incurável.
Não voltaria a ser premiada pela Academia, mas nem por isso deixou de fazer papéis memoráveis, como o de Ouiser Boudreaux em Flores de Aço (1989), que deu a primeira nomeação para um Óscar a Julia Roberts, ou da fase sénior de Coco Chanel no filme televisivo Coco Chanel (2008), de Christian Duguay.