Pedro Nuno cola Montenegro aos seus candidatos problemáticos e avisa que Passos vai voltar
Líder do PS anuncia nova promessa eleitoral: redução do horário de trabalho de 40 para 37,5 horas para pais com filhos até aos três anos.
Aproveitando as polémicas que se vão somando com candidatos e "barões" da direita, a estratégia de Pedro Nuno Santos é agora colar Luís Montenegro às escolhas que fez para as listas e comícios e responsabilizá-lo pelas posições que têm assumido, do aborto à imigração, passando pelo negacionismo climático. O líder socialista passou o dia em Castelo Branco (com duas arruadas, na Covilhã e na cidade albicastrense) e a noite na Guarda e apostou nos temas da saúde, das jovens famílias e do combate à pobreza.
De caminho, fez uma nova promessa eleitoral: os pais de crianças até aos três anos verão o seu horário de trabalho semanal reduzir de 40 para 37,5 horas semanais. E também prometeu mais investimento no SNS para a fertilidade depois de ter visitado esse serviço (e um novo, de hemodinâmica, estreado há um mês no Hospital Pêro da Covilhã).
No comício em Castelo Branco também procurou provar quem, entre o PS e o PSD, fez baixar ou subir a taxa de pobreza desde 2002 (contando com Durão Barroso, que "abandonou o país para ir para Bruxelas"). E com estatísticas concluiu: "Ela baixa connosco; aumenta com eles." E aproveitou a deixa para atacar a redução de IRS e IRC da AD: "Não se combate a pobreza com uma aventura fiscal que, na prática, trata-se de puxar a manta para os de cima deixando os pés descobertos para a esmagadora maioria do povo", criticou.
"Não se podem gabar que têm barões (...) e uma equipa fantástica, mas depois não têm nada que ver com o que dizem", criticou. Na rua, havia lembrado que o PS não teve 19 líderes como o PSD e que, por isso, é mais difícil ter tantos oradores. Mas também prometeu que António Costa aparecerá na campanha do PS. "Quem convidou Passos Coelho para um comício não fomos nós. Já percebemos que será nosso futuro adversário", apontou Pedro Nuno Santos, deixando no ar a ideia de que Montenegro não terá muito futuro na liderança do PSD.
Na Guarda, nova casa cheia em comício, e pela primeira vez com uma ministra, a do Trabalho, que pediu a criação de um centro de atendimento da administração pública na Guarda.
Na rua, a organização socialista assegura arruadas animadas e barulhentas e Pedro Nuno Santos mostra-se mais à-vontade no contacto directo com quem encontra na rua. Onde ouviu pedidos de idosos para que não se esqueça de quem tem reformas baixas que não chegam para as despesas do mês, mas também incentivos. Mas uma frase que disse no comício de Castelo Branco poderá trazer-lhe dissabores até ao fim da campanha. "Não somos radicais, não negamos as alterações climáticas, e não achamos que se combatem com tinta."