No limite da capacidade, Terminal do Campo 24 de Agosto escoa serviços para Campanhã
Transdev, que construiu o terminal mais antigo, diz que o novo Terminal Intermodal de Campanhã proporcionará um melhor serviço para os passageiros
O Terminal Rodoviário do Campo 24 de Agosto não perde operadores com a inauguração do Terminal Intermodal de Campanhã (TIC). A garantia é dada pela empresa que gere a estação de camionetas construída há cinco anos, que, nas últimas semanas, viu algumas empresas estenderem os seus serviços à estação rodoviária inaugurada no mês passado. A Transdev, que pagou a infra-estrutura mais antiga, assegura, pelo contrário, poder passar a garantir mais qualidade aos passageiros.
Na cerimónia de inauguração do TIC, a câmara anunciara que a nova plataforma intermodal, prometida há vários anos, abriria com uma oferta de serviços executados pela FlixBus, Gipsyy e pela Internorte. Todas estas empresas já operavam no Campo 24 de Agosto. Duas semanas depois, a Rede Expressos, com base nesta estação, anunciava passar também a sair e a chegar de e a Campanhã.
Faltava saber se esta circunstância implicaria uma transferência de serviços total e definitiva de um para outro terminal. A Transdev garante que não será assim.
“A abertura do Terminal Intermodal de Campanhã permitiu aliviar a pressão sobre o Campo 24 de Agosto, que estava a funcionar no limite de sua capacidade com mais de 600 circulações diárias. Representa na prática que um melhor serviço será prestado aos passageiros”, afirma a empresa em resposta ao PÚBLICO. Em 2017, quando foi inaugurada e passou a ser a base da Rede Expressos, que se mudara da antiga Garagem Atlântico na zona da Batalha, a estação rodoviária fazia cerca de 300 serviços diários.
Divisão de serviços
Daqui para a frente, o que acontecerá, será uma divisão de serviços pelas duas plataformas. “A oferta será progressivamente distribuída e se possível aumentada entre os dois terminais, do Campo 24 de Agosto e Campanhã, e será este o caminho dos operadores, entre os quais, a Rede Expressos”, explica a Transdev.
Com uma oferta mais ampla para os passageiros, a empresa que gere o Terminal do Campo 24 de Agosto não teme perder espaço: “A exemplo de outras grandes cidades, a co-existência de vários terminais será uma realidade. São as populações e o mercado junto com as autoridades que pouco a pouco ajustarão as suas preferências.” Assim, sublinha, “fica reforçado o dispositivo de serviço às populações”. O mais provável que ocorra é que “no conjunto de todos os terminais, haja mais serviços”, divididos pelas duas plataformas. Ainda assim, sem “qualquer prejuízo para a Transdev”. “O Campo 24 de Agosto permanece hoje como um forte pilar de mobilidade na cidade”, reforça.
Na estação rodoviária, continuarão a operar todas “as empresas regionais de transporte urbano, as empresas que operam os serviços expresso para todo o país e os serviços internacionais da Internorte”. Ao mesmo tempo, ainda, “não existiu qualquer redução de serviços no Campo 24 de Agosto”. “Recorde-se que estamos em pleno pico de actividade para deslocações a nível nacional e internacional”, sublinha.
Sobre o novo TIC, a Transdev vê-o como uma mais valia: “O novo terminal de Campanhã é uma infra-estrutura essencial para a cidade do Porto, intermodal e que se converterá num pilar da mobilidade de quem chega e quem parte da cidade.”
O Terminal Intermodal de Campanhã foi prometido há cerca de 20 anos, quando Rui Rio ainda estava à frente da Câmara do Porto. Mas, só a 20 de Julho, com Rui Moreira a cumprir o último mandato, é que a obra foi finalizada. Além dos serviços intercidades e internacionais, nesta primeira fase, o TIC acolhe ainda linhas intermunicipais provenientes de São João da Madeira, Gondomar, Paredes e Penafiel.