Sem trabalho nos campos, imigrantes abandonados à sua sorte no Alentejo

Em Beja proliferam as habitações onde residem cidadãos estrangeiros no desemprego, com problemas de subsistência e sem as mínimas condições de higiene e habitabilidade.

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Miguel Manso

Na última campanha de recolha de azeitona que decorreu entre Outubro e meados de Fevereiro o número de trabalhadores estrangeiros envolvidos nos trabalhos terá superado os 30 mil. Eram, sobretudo, oriundos do subcontinente indiano (Nepal, Índia, Paquistão, Bangladesh) e da África subsariana (Senegal, Gâmbia, Gana, Guiné-Conacri e Guiné-Bissau). Os trabalhos decorreram até à entrada em vigor do estado de emergência sem que a pandemia causasse danos irreparáveis ao sector. No entanto, a jusante, os efeitos estão a fazer-se sentir. Nos anos anteriores, quando termina o trabalho nos olivais, milhares de imigrantes procuram novas tarefas na agricultura noutras zonas do país ou em Espanha. Mas ao contrário do passado, as medidas impostas para garantir o confinamento de pessoas e o isolamento social causaram o abrandamento na actividade agrícola e um aumento da mão-de-obra desocupada. Que agora se vêem desamparados.

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