Reivindicações independentistas em Camp Nou prejudicaram Espanha, diz MNE

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Adeptos do Barça levantaram 98 mil cartolinas amarelas e vermelhas Jose Jordan/AFP

Como prometido, aos 17 minutos e 14 segundos do Barcelona-Real Madrid ouviram-se gritos pela independência da Catalunha e Camp Nou transformou-se numa imensa bandeira de 98 mil cartolinas. Um gesto que impressionou Artur Mas, presidente do governo catalão. Mas para o ministro dos Negócios Estrangeiros o que aconteceu no domingo só prejudica a imagem do país.

José Manuel García-Margallo comentou o grito pela independência catalã, a que 400 milhões pessoas terão assistido pela televisão em todo o mundo, à entrada de um seminário que tinha como tema a gestão da marca “Espanha”. Aos jornalistas, disse que “não ter a menor dúvida” de que a acção dos adeptos do Barça no domingo “prejudica” a imagem de Espanha no exterior. “Dá uma imagem de divisão interna num momento de convulsão como o que estamos a viver, num momento em que todos os países do mundo competem por uns escassos capitais.”

O que aconteceu em Camp Nou transmitiu “uma imagem de desunião, em vez de uma imagem de esforço compartilhado”, lamentou o chefe da diplomacia espanhola. García-Margallo explicou que “basta passar os olhos pelos jornais estrangeiros para ver que a imagem que têm de Espanha não é boa e que não corresponde à realidade”. E a opinião desses jornais, sublinhou, “influi, por exemplo, nos investimentos e na dívida pública e das empresas espanholas”. A marca “Espanha”, acrescentou, é por isso uma iniciativa “necessária” e “oportuna”.

Artur Mas comparara antes o “clamor espectacular” dos adeptos do Barcelona – que receberam o adversário Real Madrid com gritos de “in, inde, independência” – à manifestação da Diada (ou Dia da Catalunha), no último 11 de Setembro. Foi a 11 de Setembro de 1714 que os catalães perderam a independência para a Espanha. “Mais do que o resultado [do jogo, que ficou empatado], há que destacar este ambiente espectacular e ainda a respirar este país, muito catalão, mas num ambiente muito positivo e educado”, reagiu, citado pelo diário catalão La Vanguardia.

Numa crise aberta com Madrid, Artur Mas convocou eleições antecipadas para 25 de Novembro, que estão a ser encaradas como um referendo à autonomia. Um referendo prometido pelo líder catalão depois da manifestação independentista do passado 11 de Setembro, que juntou centenas de milhares em Barcelona.

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