Musharraf em prisão domiciliária no Paquistão

Ex-Presidente, em tribunal por ter mandado prender juízes em 2007, voltou a apresentar-se ao juiz, um dia depois de ter fugido ao receber ordem de prisão.

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Musharraf foi escoltado pela polícia até à sua luxuosa vivenda nos arredores de Islamabad Faisal Mahmood/Reuters

Menos de 24 horas depois da caricata fuga, em que o Presidente saiu do tribunal rodeado de seguranças e sem que a polícia tenha feito qualquer tentativa para o deter, Musharraf apresentou-se de forma voluntária, pedindo para ficar a aguardar o desenrolar do processo em casa e não na prisão. O juiz aceitou o pedido, mas decretou que o caso será transferido para um tribunal antiterrorismo, onde Musharraf deverá apresentar-se dentro de dois dias.

Desta vez a polícia escoltou o general de volta a casa, uma luxuosa vivenda situada nos arredores de Islamabad e protegida por um numeroso exército de guarda-costas. A defesa de Musharraf confirmou que vai recorrer ainda hoje da prisão preventiva para o Supremo Tribunal paquistanês.

A detenção é mais uma humilhação para o general que, governou o Paquistão entre 1999 e 2008 e que, depois de quatro anos de um auto-imposto exílio, regressou no mês passado ao país para se candidatar às próximas legislativas. Mas o regresso à vida política esbarrou nos vários processos de que é alvo no país, incluindo este em que é acusado de ter violado a Constituição ao ordenar a detenção, em 2007, de vários magistrados – uma decisão que, segundo o juiz responsável pelo inquérito, representa um ataque contra o Estado, o que justifica a sua transferência para o tribunal antiterrorismo.

Uma humilhação que desagradará a muitos militares – de quem Musharraf foi comandante até abandonar o poder –, mas é improvável que o Exército intervenha para libertar o ex-Presidente do imbróglio judicial e haverá mesmo quem o responsabilize pela situação em que se encontra. “Não acho que o Exército apoiasse o seu regresso e terá mesmo tentado dissuadi-lo”, disse à Reuters o general Hamid Khan, antigo comandante militar. “Mas ele decidiu regressar e agora tem de enfrentar isto, o Exército não se vai envolver”, acrescentou.
 
 
 

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