Espanha e Marrocos querem resolver diferendo pela via diplomática

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A Espanha deslocou para a zona vários navios de guerra Emilio Morenatti/Efe

Os ministros dos Negócios Estrangeiros de Espanha e Marrocos chegaram hoje a um consenso, durante uma conversa telefónica, para a necessidade de resolver "pela via diplomática" a disputa da ilhota ocupada na semana passada pelo Exército marroquino.

Fontes da diplomacia espanhola referem que na conversa telefónica, realizada hoje, houve uma "troca de pontos de vista", durante a qual Ana Palacio e Mohamed Benaissa "falaram com franqueza" e chegaram a acordo para a necessidade de "encontrar uma solução pela via diplomática" que ponha fim à crise aberta entre os dois país em torno da ilhota, que para os espanhóis é Perejil (Salsa) e para os marroquinos é Leila.

Esta foi a segunda vez que os dois ministros falaram desde que na quinta-feira passada uma dezena de soldados de Rabat acamparam na ilha, hasteando uma bandeira marroquina. A ocupação desencadeou a ira de Madrid que enviou para a zona vários navios de guerra, ao mesmo tempo que reforçou igualmente os dispositivos militares em Ceuta e Melilla, dois enclaves espanhóis em território marroquino.

Apesar do consenso alcançado entre os chefes da diplomacia, o vice-primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, veio pouco depois afirmar que a resposta do Governo marroquino às exigências feitas por Madrid não dá qualquer resposta sobre esta matéria.

A nota marroquina, transmitida por via diplomática, "não contém qualquer anúncio sobre as medidas conducentes ao restabelecimento da situação anterior aos factos e não tem em conta o pedido espanhol", afirmou Rajoy nos corredores do Parlamento espanhol.

Neste sentido, Rajoy reafirma a posição espanhola para a "necessidade de restabelecer a situação anterior, o que equivale a dizer que os militares marroquinos que estão na ilha de Perejil a devem abandonar".

Segundo Madrid, a ilhota beneficia há mais de 40 anos de "um estatuto aceite por Marrocos e Espanha nos termos do qual nem o Governo espanhol, nem o Governo marroquino ocuparão a ilha" de apenas 13,5 hectares, situada a menos de 200 metros da costa marroquina.

Por seu lado, Rabat afirma que a ilhota está dentro das águas territoriais do país e não está incluída no acordo estabelecido entre os dois países para a manutenção do "status quo" da presença espanhola a sul do Mediterrâneo.

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