Cheias na Malásia fazem 160 mil desalojados, primeiro-ministro criticado por falta de apoio

Primeiro-ministro da Malásia, forçado a interromper férias no Hawai, visitou áreas afectadas debaixo de fortes críticas.

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Povoação submersa perto de Kota Bharu, capital do estado de Kelantan, uma das zonas mais afectadas pelas cheias AFP PHOTO / MOHD RASFAN
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Voluntários ajudam na distribuição de alimentos em Pahang REUTERS/Nazirul Roselan
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Famílias abandonam as suas casas em pequenos barcos, em Kota Bharu AFP PHOTO
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Estradas submersas em Pahang REUTERS/Nazirul Roselan
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REUTERS/Nazirul Roselan
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Imagens do primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, numa partida de golfe com o presidente norte-americano barack Obama, durante as férias de Natal no Hawai, enfureceram as populações REUTERS/Hugh Gentry

O primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, teve de interromper as férias no Hawai para visitar este sábado Kelantan, um dos estados mais afectados, de onde quase 50 mil pessoas tiveram de ser retiradas. Uma fotografia de Razak a jogar golfe com Obama enquanto a Malásia era atingida por graves inundações suscitou fortes críticas no país.

Najib Razak aterrou este sábado em Kelantan, depois de nos últimos dias ter sido alvo de fortes críticas a ausência do Governo perante o agravamento das cheias. “Apesar de estar fora do país, estive em contacto permanente com o Conselho Nacional de Segurança e o Comité Nacional de Gestão e Assistência em Desastres, que me asseguraram estarem a fazer o que era possível para ajudar os afectados”, disse Najib Razak na sexta-feira, em comunicado. “Quero ver a situação pessoalmente e estar com o meu povo”, acrescentou o chefe do Governo malaio. Aos 12 milhões de euros que o Governo tinha destinado na quinta-feira para apoio às populações, o primeiro-ministro da Malásia anunciou este sábado um reforço de 120 milhões de euros. 

A atravessar a estação das monções, que se prolonga até Março, a Malásia enfrenta as piores cheias das últimas décadas. O último balanço dá conta de cinco mortos e mais de 160 mil desalojados. A forte precipitação que se faz sentir no norte do país há mais de uma semana excedeu as previsões nos estados de Kelantan, Terengganu e Pahang, na costa noroeste da zona peninsular do país. Em algumas zonas, aldeias inteiras ficaram submersas. Vistas do céu, algumas zonas de Kota Bharu, capital do estado de Kelantan, assemelham-se a um enorme lago de lama onde flutuam os telhados das casas destruídas.

As populações queixam-se de falta de apoio por parte do governo e de falhas nas operações de resgate. O vice primeiro-ministro malaio, Muhyiddin Yassin, admitiu que o trabalho das equipas de salvamento tem sido prejudicado pela falta de energia e pelas dificuldades no acesso aos locais mais atingidos, já que algumas estradas foram completamente destruídas pela força das águas. 

A dimensão das inundações apanhou as autoridades de surpresa, disse, em comunicado, Lim Kit Siang, do partido da oposição. “Foi pior do que se antecipou, superando qualquer gestão de crise ou plano”. 

À BBC, uma testemunha relatou os danos deixados pela força das inundações: “Como não há electricidade também não há água. As lojas estão todas encerradas e não sabemos como ter acesso a comida”, explicou. Equipas de resgate e salvamento têm-se esforçado por fazer chegar comida e mantimentos às milhares de famílias que estão agora alojadas em centros para desalojados. com Lusa

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