16 opiniões sobre Mário Soares

Não enveredou pela defesa de “liberdades” ou das “liberdades” (mesmo que “amplas”), mas sim, e sem mais, da liberdade. Na sua luta por uma democracia verdadeira, soube libertar a liberdade das “liberdades”.

Na hora da sua morte, prefiro pensar que foi isso mesmo que aconteceu. É mais do que tempo de virarmos, todos, essa página.

O momento do seu desaparecimento físico é tempo de grandeza da memória, de balanço da gratidão e de legado do exemplo

Com o desaparecimento de Mário Soares, fecha-se um ciclo da nossa história. Importa agora saber imortalizar a sua memória e o seu legado, que esses perdurarão para além do tempo dos homens.

Antes de passarmos à análise histórica ou política, a melhor homenagem que poderemos fazer a Mário Soares é guardar esse espírito da sua vida.

Basta fazer uma busca pelo nome de Soares nas redes sociais para perceber que ele continua, mesmo depois de morto, a ser identificado pela extrema-direita portuguesa e pelos novos populistas conservadores como o grande inimigo, alvo de todos os ataques.

Em 1965, Mário Soares proferiu um discurso que foi um marco, uma fronteira na oposição e uma das componentes do processo que o 25 de Abril irá prosseguir e mudar o curso da História.

Disputou a hegemonia, portanto nunca desistiu do seu ponto de vista e proposta. Não há lição mais duradoura e mais sábia desta vida de um político inteiro que nos deixou.

Aprendi a conviver com ele, a estimá-lo e a admirá-lo como alguém que, mais do que qualquer outra pessoa – político ou não –, me transmitiu a mensagem principal sobre o bem inestimável da tolerância.