Trabalhadores da Carristur fazem greve no sábado por melhores salários

Paralisação é um protesto contra o congelamento salarial dos motoristas que conduzem os autocarros turísticos em Lisboa.

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Sindicato diz que o salário médio de um motorista da Carristur é de 630 euros Daniel Rocha

"É uma paralisação contra as degradações das condições de trabalho e salariais, em contraponto com os aumentos que se registaram com directores desta empresa [Carris, que detém 100% da Carristur]", indicou Manuel Leal. Em causa está o congelamento salarial daqueles trabalhadores desde 2009 e o recente aumento dos directores em 2500 euros por mês, segundo dados da Fectrans.

De acordo com Manuel Leal, o salário médio de um motorista da Carristur é de 630 euros. Ainda esta semana o PÚBLICO noticiou que a Carris perdeu no último ano 45 motoristas que trocaram a empresa por outra no Reino Unido, em busca de melhores salários. Os trabalhadores com poucos anos de serviço "não chegam a ganhar 900 euros por mês", disse o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes (SITRA), Sérgio Monte.

No sábado, os trabalhadores da Carristur realizam, ainda, um plenário às 9h para debater a actual situação e decidir formas de luta para o futuro.

Numa declaração enviada por escrito à agência Lusa, a administração da Transportes de Lisboa (que engloba a Carris, Metro e grupo Transtejo) afirmou que a Carristur "não foi alvo de qualquer reorganização, pelo que não se registaram, nesta empresa, alterações de comissões de serviço nem de condições remuneratórias".

"Sobre a greve decretada para o próximo sábado, em Lisboa, atendendo às características e especificidades da operação turística, não existe necessidade de comunicar eventuais alterações do nível de oferta", acrescentou.

A Carristur é uma operadora de circuitos turísticos em autocarros panorâmicos e exerce a actividade em Lisboa, Porto, Funchal, Coimbra, Braga e Guimarães.