Organizações portuguesas e espanholas pretendem juntar-se para tornar o Douro-Duero no principal destino turístico da Península Ibérica, lançando para o efeito uma rota que une os dez sítios Património Mundial que se espalham pelo território.

O Douro como recurso turístico das regiões do Norte de Portugal e de Castela e Leão (Espanha) serviu de mote para o Fórum de Turismo no Vale do Douro que decorreu na sexta-feira em Sabrosa, distrito de Vila Real, numa organização da Fundação Rei Afonso Henriques (FRAH) e da Associação de Empresários Turísticos do Douro e Trás-os-Montes (AETUR).

"O Douro-Duero está em construção permanente. Já é um destino turístico mas pretendemos que seja o primeiro destino turístico da Península Ibérica. É esse o objetivo e é isso que nos move", afirmou Luís Marques, presidente da AETUR.
O responsável considerou que o "turismo é cada vez mais uma actividade global". "E estamos na terra do primeiro turista global: Fernão Magalhães. Foi ele que serviu de elo de ligação entre Portugal e Espanha, foi um catalisador entre povos", sublinhou.

José Luis Prada, presidente da FRAH, defendeu a necessidade de elaborar uma "estratégia de promoção turística articulada de todos os espaços do vale do Douro, desde o espanhol ao português". A ideia é juntar todos, desde os agentes públicos aos privados, aos operadores turísticos aos governos dos dois países. E com vista à concretização desta meta, foi apresentada uma rota turística que une os dez sítios que são Património Mundial da UNESCO neste território e uma nova plataforma online, bem como um spot promocional e um documentário.

No sítio da internet, o turista deverá selecionar o destino que pretende visitar. Além das várias informações sobre cada sítio classificado, encontrará ainda pacotes turísticos adaptados às suas necessidades, bem como ofertas de alojamento, gastronomia e eventos dos vários sítios da rota. José Luis Prada salientou que em preparação estão mais três rotas: a da Natureza, Enoturismo e do Românico. O responsável referiu ainda que vai decorrer um trabalho conjunto entre Espanha e Portugal para apresentação de candidaturas ao próximo quadro de fundos comunitários.

"Este projecto do Douro Duero Ibérico é um importante recurso e factor de competitividade. É preciso integrar, de forma activa, o território neste projeto e uma articulação estratégica entre os diferentes agentes", defendeu o presidente da Câmara de Sabrosa, José Marques. No entanto, para Jorge Abrantes, vogal do Conselho Directivo do Turismo de Portugal, "apesar do potencial do Douro, há um problema e um desafio pela frente que é o das dormidas". "Há uma dificuldade de fixação dos turistas, 80% da procura turística do Norte é do mercado nacional. Em setembro de 2014, houve uma recuperação da taxa de ocupação", referiu.