Onze Paragens

Durante a viagem de comboio que as jornalistas Joana Bourgard e Maria João Guimarães fizeram pela Europa, algumas paragens impuseram-se como essenciais para perceber que União Europeia é esta que vai a votos. De Barcelona a Bruxelas, em 11 reportagens.

  • Quem diria que o maior desafio de um intérprete do Parlamento Europeu é traduzir humor e emoção? Quem o diz é Francisco Falcão, que trabalha no PE há 20 anos.

  • O partido anti-União Europeia sobe cada vez mais, mas o verdadeiro vencedor é a abstenção, numas eleições em que até apoiantes da União Europeia hesitam se irão votar.

  • Nos seus países eram advogados, jornalistas, soldados. Muitos estão em Calais à espera de passar para o Reino Unido. São 40 quilómetros que estão tão longe para quem não tem passaporte. Alguns morrem ao tentar passar.

  • Almere é a mais nova e mais jovem cidade da Holanda. E é também onde o PVV de Geert Wilders conseguiu 20% nas últimas municipais de Março. Os habitantes espantam-se, ou não, com este sucesso da extrema-direita.

  • No centro do poder europeu, há quem não tenha dinheiro para viver na sua cidade de sempre. As rendas sobem e as expulsões aumentam. Em Berlim, o tema é a gentrificação.

  • Suásticas perto de sinagogas, insultos diários, rabinos a esconderem kippas sob bonés, escritores nazis nos programas escolares. Mas há quem argumente que o verdadeiro perigo para os judeus na Hungria é a falta de democracia.

  • Muitos jovens búlgaros sentem-se entre um país que não lhes dá hipóteses e uma Europa cheia de possibilidades de trabalho. Mas esta Europa nem sempre é o que imaginaram. E tem medo deles.

  • Na Grécia há pais a deixar crianças em instituições porque não têm dinheiro. Há hospitais a recusar entregar recém-nascidos enquanto as mães não pagarem a taxa de parto. Pessoas e associações fazem o que podem para ajudar.

  • Luxo e crise. As ideias podem não parecer muito bem juntas, mas os peritos dizem que o que está a salvar a economia é o made in Italy, e muito é de luxo. A produção regressa da China para Itália. O desafio é agradar aos estrangeiros mantendo o cunho italiano.

  • O partido liderado Marine Le Pen reformulou-se e há sondagens que lhe dão o primeiro lugar nas europeias em França. Em campanha, os seus candidatos garantem que daqui a dois anos já não há euro.