Pedro Fraga considera "preocupante" ser o único remador nos Mundiais

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Pedro Fraga e Nuno Mendes a treinarem em conjunto Paulo Pimenta/arquivo

O campeão da Europa de skiff, Pedro Fraga, considerou nesta sexta-feira “preocupante” o facto de ser o único representante do remo português nos Mundiais que começam no domingo em Amsterdão, Holanda, manifestando o desejo de ver “maior competição” interna no futuro.

“Já no ano passado fui sozinho [à Coreia do Sul] e este ano repete-se. Não me afecta, mas é preocupante numa altura destas, a meio do ciclo olímpico, não ter mais equipas a competir no Campeonato do Mundo. Mas é a realidade do remo português neste momento”, lamenta.

Em 2013, foi programada a separação de uma época de Nuno Mendes (com quem foi oitavo no double scull em Pequim2008 e quinto em Londres2012), para que a evolução individual de cada um desse maior valor futuro à tripulação, mas este ano falham o Mundial como equipa depois da dupla, vítima de lesões alternadas, ter resultados muito aquém do esperado nas Taças do Mundo.

“As condicionantes ao longo da época – eu lesionei-me no início e o Nuno mais tarde, afectando a parte do treino da velocidade – levaram a esta situação. Perante isto, a estrutura toda da federação achou mais produtivo eu ter um bom resultado no skiff e em Setembro começarmos a época de forma estruturada. Íamos andar mais seis semanas a tentar fazer qualquer coisa que devia ter sido feita e não foi”, explicou.

Pedro Fraga lastimou o facto de, “para já”, ainda não haver competição suficiente interna, mas manifestou o desejo de que na próxima época possa contar com mais “dois ou três” remadores portugueses capazes de aumentar a rivalidade na selecção, beneficiando assim toda a gente.

“Criar um grupo de quatro ou cinco atletas em que pudéssemos treinar todos juntos e que essa competição fosse boa para nós, para eles, para o melhor barco”, vincou, revelando que é na fase de Inverno que sente mais falta de testar o nível do double scull.

Antes do apuramento olímpico, apenas no Verão de 2015, Pedro está focado nos Mundiais, confiante de que pode chegar ao pódio no skiff.

“É óbvio que penso sempre nisso, nas medalhas. Tentar melhorar o quarto lugar do ano passado. Podia ter feito melhor, talvez segundo, terceiro. Este ano também tenho esse pensamento, chegar às medalhas. Sei que é difícil, mas tenho capacidades para isso”, confia.

Como principais rivais, destaca os adversários da Suíça, Itália, Alemanha, dos Estados Unidos e da China.

O presidente da federação, Luís Ahrens Teixeira, assume que a sua “principal prioridade” é a de colocar os melhores atletas no barco que proporcione “melhores resultados”, um dos motivos pelos quais Pedro Fraga compete só.

“Quando foram 15.º na Taça do Mundo em double scull percebemos que a possibilidade de um bom resultado era diminuta. E a possibilidade de o Pedro ter bom, muito bom resultado no skiff é grande, muito grande. É importante para o atleta e para o remo”, justificou.

Face a isso, o dirigente revela que, em conjunto com a equipa técnica, entende que “é importante para a dupla que ambos cresçam como atletas individuais”.

“Isso implica o Pedro ir novamente em skiff e o Nuno evoluir em termos individuais, tanto técnica como fisicamente. Foi isso que foi dito aos atletas. E a ideia é de facto eles estarem mais fortes para o ano como dupla, porque neste momento não estavam. Estavam fracos”, concluiu.

Pedro Fraga tem as eliminatórias no domingo e, passando diretamente, como sempre tem feito, tem os quartos de final na quarta-feira, as meias na quinta-feira e a final disputa-se sexta-feira.

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