Hyvon Ngetich, a “mais brava maratonista do mundo”?

Atleta queniana colapsou no final da Maratona de Austin e percorreu os últimos 50 metros de gatas. Heróico ou desumano?

Hyvon Ngetich, a “mais brava maratonista do mundo”

É um daqueles casos de superação no desporto levada ao extremo. Após colapsar perto da linha de chegada da Maratona de Austin no passado domingo, a queniana Hyvon Ngetich, de 29 anos, não desistiu e deu à prova norte-americana um final épico algures entre o heróico e o desumano.

Determinada a levar a corrida até ao fim, Ngetich recusou a assistência oferecida pelos organizadores quando as forças lhe faltaram a 400 metros da meta e percorreu os últimos 50 metros de gatas, para gáudio da multidão que a aplaudia à sua passagem. Acabaria por terminar em terceiro lugar uma corrida que liderou até perto do final, com o tempo de 3h04m02s.

O director da corrida, John Conley, ficou tão impressionado com a prestação de Ngetich que duplicou o prémio de 1000 dólares (880 euros) reservado ao terceiro lugar para os 2000 dólares (1750 euros) destinados à segunda classificada.

"Você correu a corrida mais brava de sempre e rastejou da forma mais corajosa que vi em toda a minha vida", disse Conley. "O que nós vimos aqui foi uma campeã. A mais brava maratonista do mundo. Você ganhou a maior das honras.”

Ngetich, que tinha como objectivo (falhado) bater o seu recorde pessoal na distância, disse no final que não se lembra do que aconteceu. Os médicos atribuíram a sua condição a uma quebra de glicogénio — uma combinação de moléculas de glicose que é a principal reserva energética nas células.

A prova texana, que reuniu 15 mil corredores de 40 países de todo o mundo, seria ganha em 2h54m22s pela também queniana Cynthia Jerop, de apenas 19 anos, mas para a história ficou o heroísmo de Hyvon Ngetich e as suas palavras que ressoaram como símbolo de inspiração para os maratonistas: “Quando começamos a correr temos de ir até ao fim.” 

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