Três dias depois da estreia oficial como seleccionador nacional, num jogo particular contra a França, Fernando Santos prepara-se para cumprir o primeiro encontro oficial ao leme da equipa portuguesa. A visita à Dinamarca diz respeito à qualificação para o Euro 2016, que não começou da melhor maneira para Portugal, com uma derrota frente à Albânia. Mas Fernando Santos gostou do que viu contra a França e diz que há apenas pequenos ajustamentos a fazer para deixar a equipa mais perto da vitória.

“Espero um jogo entre duas equipas fortes. Temos grande respeito pela Dinamarca, é uma equipa fortíssima. Mas acreditamos nas nossas capacidades e queremos os três pontos. A nossa filosofia é ganhar”, vincou o seleccionador português, na conferência de imprensa de antevisão da partida de terça-feira (19h45, RTP1). “Ainda não defini o ‘onze’. Tenho uma ideia próxima do que será a equipa, mas nunca jogamos sozinhos. Há que ter atenção ao adversário, conhecê-lo bem. Sabemos no que a Dinamarca é forte”, acrescentou.

Fernando Santos ficou nesta segunda-feira a saber que poderá sentar-se no banco de suplentes na partida de Copenhaga, com o deferimento pelo Tribunal Arbitral do Desporto do seu pedido de suspensão do castigo de oito jogos que lhe foi aplicado pela FIFA no Mundial 2014. O técnico admitiu estar “satisfeito” com a decisão, mas sublinhou que “o mais importante são os jogadores”. “Eles é que ganham os jogos dentro de campo. A minha confiança é plena, estando ou não no banco. Sei que estão disponíveis para dar tudo neste jogo, que é muito importante para nós”, disse.

Apesar da derrota contra a França, Fernando Santos reteve aspectos positivos da partida de estreia como seleccionador nacional: “É normal que uma equipa que joga pela primeira vez, com treinador novo e algumas ideias novas, que sofre um golo aos três minutos num estádio com 80 mil pessoas... A equipa reagiu muito bem, com grande personalidade. Os jogadores não tremeram, continuaram a acreditar na nossa estratégia. O jogo veio a provar que estávamos certos. Seguramente que há coisas a rever, há sempre. Há alguns detalhes que temos de ajustar, uns parafusos que temos de apertar. Se conseguirmos fazer isso bem, esta equipa tem todas as condições para evoluir.”

O técnico da equipa nacional deixou entender que manterá o trio Cristiano Ronaldo-Danny-Nani no ataque. “Nós jogamos com três avançados, mais móveis. Para as características da equipa portuguesa, parece-me que se adapta mais a ter uma forma de jogo de aproveitamento dessa mobilidade, do que termos lá um homem fixo na área. Pode ser importante, com adversários com outras características. Até podemos jogar com dois, contra adversários mais defensivos, que joguem próximos da sua baliza. Mas é mais interessante para nós ter três, com envolvimento dos laterais”, notou.

Sobre o formato da qualificação para o Campeonato da Europa, e os resultados surpreendentes que têm acontecido, Fernando Santos disse que as equipas teoricamente mais fracas começam a acreditar no apuramento: “Agora são duas equipas apuradas, mais a terceira. Isto levou a que as equipas que normalmente se apuram achassem que isto eram ‘favas contadas’. Agora qualquer equipa acredita que pode chegar ao Campeonato da Europa. É uma oportunidade única. É normal que resultados destes possam acontecer”. E deixou o alerta: “A Dinamarca é uma equipa muito forte, candidata a seguir em frente. Mas se nos esquecermos da Albânia e da Arménia estamos sujeitos a correr um grande risco.”

Nani quer boa entrada
Após ter cumprido a 80.ª internacionalização frente à França, Nani encontrará em Copenhaga um adversário ao qual já marcou três golos. “Tenho feito boas exibições contra a Dinamarca, mas o mais importante é somarmos os três pontos”, sublinhou o futebolista do Sporting. “Já conhecemos a Dinamarca e, independentemente de terem jogadores novos, o ambiente vai ser igual. Vão disputar o jogo da mesma maneira, vão jogar em casa. Vai ser importante a nossa entrada no jogo”, acrescentou.

“Só nos passa pela cabeça ganhar em cada jogo que fazemos pela selecção portuguesa. Mesmo em jogos particulares, queremos sempre ganhar. Não conseguimos no último, mas mostrámos experiência em campo, mesmo com uma táctica nova à qual muitos jogadores não estavam habituados. A equipa está preparada para responder da melhor maneira”, prosseguiu Nani, concluindo: “Fizemos um bom jogo contra a França. Demonstrámos muita qualidade nos processos defensivos e ofensivos. Estamos preparados.”