A pé pela serra do Açor: no sétimo céu

Em busca do ar mais livre, um repórter percorre este Verão as sete serras mais altas que nos rodeiam. Devagar, a pé, por trilhos e histórias lá no alto, onde “o resto é só terra e céu”. Subir! Perder cidades! Primeira etapa: serra do Açor.

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A Mata da Margaraça é um vestígio vivo do que foi a Laurissilva continental há milhões de anos João Henriques
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André Cunha
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André Cunha

“O açor, às vezes, parece que voa parado”, há-de descrever Zé na ombreira de xisto da sua porta aberta de Chãs de Égua, no final da minha longa e solitária descida do Alto da Cebola, o topo da sétima montanha mais cimeira de Portugal. A linha de cumeada desta serra, irmã mais baixa da Estrela - mas nem um milímetro menos especial -, aparece-me perfilada pela primeira vez em Coja, como traço de fundo no rótulo de uma das Cervejas do Açor, néctar que fermentou na cabeça de Daniel Barata. Ele já não é sócio desta empresa de cerveja artesanal, mas a namorada não esquece como, quando ele criou a receita, eles iam buscar água a uma das nascentes da serra. “A água é fundamental”, exclama Patrícia, para logo Daniel retorquir que “era o único ingrediente que era daqui”.

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