OMS espera “milhares de casos” de ébola na Libéria até ao final de Setembro

Organização Mundial de Saúde defende que situação da Libéria está muito além da capacidade de resposta do Governo e das organizações.

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Um mural desenhado para explicar como o ébola se transmite Dominique Faget/AFP

A Organização Mundial da Saúde (OMS) espera até ao fim de Setembro milhares de casos novos de pessoas infectadas com o ébola na Libéria, um aumento “exponencial”. Perante este cenário, será preciso envolver as comunidades locais na luta contra este vírus e “triplicar a quadruplicar” os esforços das organizações internacionais para deter a doença.

"A transmissão do vírus do ébola na Libéria é já intensa e o número de casos vai aumentar de uma forma exponencial”, lê-se num comunicado da OMS divulgado nesta segunda-feira. “Muitos milhares de novos casos são esperados na Libéria durante as próximas três semanas.”

Especialistas da OMS estiveram com a Presidente Ellen Johnson Sirleaf e membros do Governo a avaliar a situação do país. As conclusões revelaram que a situação da doença está muito além das capacidades de resposta governamental e dos parceiros instalados no local.

A Libéria foi o segundo país atingido pelo surto de ébola, que surgiu na Guiné-Conacri em Dezembro de 2013. Desde então, o vírus já chegou à Serra Leoa, Nigéria e ao Senegal, com uma pessoa infectada.

Na Libéria, 14 dos 15 municípios têm pessoas com ébola. Há quase 2000 pessoas infectadas e mais de um milhar de mortes. Segundo a OMS, a mortalidade neste país é de 58%, uma das mais altas.

O estudo concentrou-se no município de Monrávia, a capital do país, com mais de um milhão de pessoas.

Há várias situações que estão a causar o aumento do contágio. Os primeiros sintomas do ébola assemelham-se a muitas outras infecções, o que faz com que os doentes não sejam isolados nos hospitais e infectem outros doentes e médicos. Por outro lado, as famílias têm transportado doentes em táxis, que não são desinfectados de seguida. Estes veículos tornam-se num local privilegiado de transmissão. Por último, quem não encontra uma cama — existem 240 na capital, mas são necessárias mais 1000 —, volta para casa, arriscando-se a passar a doença a outros.     

 

 

 

 

 
 

 

 
 

 

 

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