FC Porto celebra Páscoa com uma goleada
O Portimonense estava desfalcado e optou por nem tentar levar ao Dragão uma equipa competitiva. Resultado: um atropelo embaraçoso. Foram sete e poderiam ter sido mais.
Antes do FC Porto-Portimonense, ouviu-se I want to break free no Estádio do Dragão. A inspiração “queeniana” teve significado prático minutos depois, já que os portistas se libertaram, de facto, para um autêntico atropelo (7-0) aos frágeis aos algarvios, na 30.ª jornada da Liga.
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Antes do FC Porto-Portimonense, ouviu-se I want to break free no Estádio do Dragão. A inspiração “queeniana” teve significado prático minutos depois, já que os portistas se libertaram, de facto, para um autêntico atropelo (7-0) aos frágeis aos algarvios, na 30.ª jornada da Liga.
Desta forma, e assumindo que o Sporting vence os seus jogos, o FC Porto fica a sete pontos de ser campeão nacional, podendo ter, neste domingo, uma santa Páscoa a assistir tranquilamente ao derby lisboeta. Já o Portimonense continua seis pontos acima da zona de descida – uma vantagem que dá algum conforto, mas que não garante o que quer que seja.
Talvez por isso Paulo Sérgio tenha pensado mais no jogo importante frente ao Moreirense do que em tentar dar real luta num duelo provavelmente perdido frente ao líder do campeonato. Além das muitas baixas, o técnico dos algarvios poupou ainda outros titulares, levando ao Dragão uma equipa de “remendos”.
Se quando os “grandes” poupam jogadores o resultado é, geralmente, o triunfo, imaginemos, agora, poupanças por parte de quem já é mais frágil... Desfecho? Previsível. Foi isso que aconteceu neste sábado, num jogo no qual o Portimonense, com baixas a mais e futebol a menos, pura e simplesmente não poderia ser capaz de competir frente ao FC Porto.
Muita dinâmica
Há jogos cujas dinâmicas tácticas e ideias estratégicas assumem um papel secundário, tal é a diferença de qualidade entre as equipas, mas, nesta partida, até nem foi exactamente assim.
O Portimonense apresentou uma equipa muito pouco audaz, com 11 jogadores em cerca de 30 metros, e a linha de cinco defensores teria de ser desbloqueada com alguma dinâmica especial.
Foi isso que fez o FC Porto, que voltou a mostrar-se camaleónico no seu perfil. O 4x4x2 losango do último jogo, em Guimarães, deu lugar a um sistema muito híbrido e dinâmico, pensado na perfeição para retirar referências de marcação a uma defesa não só muito densa como carente de rotinas.
A chave de tudo isto foi a permanente permuta entre três jogadores. Otávio, Fábio Vieira e Taremi vão acabar a partida sem saberem dizer em que posições jogaram. Em rigor, jogaram em várias.
O iraniano era, no papel, o responsável por partir do corredor esquerdo, com Otávio na direita e Vieira pelo centro. Na teoria, Taremi quase nunca partiu da esquerda, Otávio pouco andou pela direita e Vieira foi senhor dos corredores.
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Esta aparente anarquia ficou visível aos 11’, num lance em que Evanilson não finalizou após um movimento vertical de Fábio Vieira pela direita, e aos 14’, quando Vieira, Pepê e Otávio tentaram movimentos verticais de ruptura. Houve bolas para todos e todos tentaram cruzar – sem sucesso.
A ideia-base estava bem identificada e só carecia de acerto técnico a preceito. Um bom catalisador de qualidade técnica é, muitas vezes, o tempo e espaço para a execução e isso surgiu aos 20’.
O Portimonense quis sair para o ataque – uma raridade – e o FC Porto pôde sair em transição. Aí, bastou alguém pedir a bola entre linhas (Otávio, no caso), para arrastar o “central” Pedro Sá.
Habituado a poder sair nesses momentos de pressão, o médio deixou um buraco na defesa e Fábio Vieira, pôde receber e assistir facilmente Taremi.
Tudo fácil
Com o jogo desbloqueado, tudo ficou ainda mais fácil. Grujic deu nexo a um canto aos 28’ e Taremi concretizou um penálti aos 32’, depois de uma jogada que voltou a ter muita dinâmica entre Otávio, Pepê, Fábio Vieira e Vitinha.
Em cerca de meia hora, o jogo estava feito. Aos 40’ Taremi ainda pediu uma bola em largura (algo raro neste jogo, apesar de ser, em teoria, o plano no papel) e criou um desequilíbrio que Vitinha, Otávio e Pepê colocaram, depois, nos pés da boa finalização de Evanilson.
O Portimonense nada podia fazer e o FC Porto chegou à mão-cheia pouco depois do intervalo, novamente com assistência de Fábio Vieira – a 13.ª na I Liga, algo que faz do português, segundo o GoalPoint, o jogador com mais assistências por minuto nas principais ligas europeias.
E depois disto? Depois, há jogo na próxima quinta-feira, para a Taça de Portugal. O FC Porto entrou em “piloto automático”, mas isso chegou para a meia dúzia – e não só.
Pepe marcou aos 56’, com um cabeceamento vitorioso após um canto, e Evanilson “encostou” aos 60’, com passe de Francisco Conceição.
O Portimonense, que tinha uma defesa a cinco e um suplício a sete, beneficiou, depois, do relaxamento do FC Porto na última meia hora. E só isso impediu algo histórico no Dragão.