A política dos negacionistas e antivacinas

O movimento antivacinas dos nossos dias é bastante diferente de movimentos semelhantes no passado, comunica intimamente com o negacionismo e com um discurso político de extrema-direita, que são de hoje e não de ontem.

Dizer-se que uma determinada matéria está “politizada” é uma frase que, na esmagadora maioria dos casos, é inútil. Todas as matérias que dizem respeito à polis, à sociedade humana, aos homens e às mulheres, colectivamente ou em grupo, são naturalmente políticas. Só a herança escondida da longa censura de 48 anos considera que dizer que algo é “político” funciona como um anátema, como se estivéssemos a descrever a perversão de alguma coisa que, em condições normais e ideais, lhe seria alheia, e que se tornou pior, porque entrou para o debate político sem os véus de uma inocência que nunca existiu. O papel da censura foi exactamente tentar que consideremos que opções que eram políticas nos parecessem como “isentas”, “nacionais”, de “interesse nacional”, meramente técnicas ou científicas, tomadas em função de um “bem comum” inquestionável e indiscutível. Quando se dizia que eram “politizadas”, estava-se a dizer que eram sujeitas a interesses perversos, que a retiravam da intangibilidade dos valores. A produção política do “consenso” foi a grande obra da censura que subsiste nos dias de hoje, com o seu anátema perante a diferença de opiniões, de “partidos”, e o conflito de interesses que é o estado natural de uma democracia.

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Dizer-se que uma determinada matéria está “politizada” é uma frase que, na esmagadora maioria dos casos, é inútil. Todas as matérias que dizem respeito à polis, à sociedade humana, aos homens e às mulheres, colectivamente ou em grupo, são naturalmente políticas. Só a herança escondida da longa censura de 48 anos considera que dizer que algo é “político” funciona como um anátema, como se estivéssemos a descrever a perversão de alguma coisa que, em condições normais e ideais, lhe seria alheia, e que se tornou pior, porque entrou para o debate político sem os véus de uma inocência que nunca existiu. O papel da censura foi exactamente tentar que consideremos que opções que eram políticas nos parecessem como “isentas”, “nacionais”, de “interesse nacional”, meramente técnicas ou científicas, tomadas em função de um “bem comum” inquestionável e indiscutível. Quando se dizia que eram “politizadas”, estava-se a dizer que eram sujeitas a interesses perversos, que a retiravam da intangibilidade dos valores. A produção política do “consenso” foi a grande obra da censura que subsiste nos dias de hoje, com o seu anátema perante a diferença de opiniões, de “partidos”, e o conflito de interesses que é o estado natural de uma democracia.