CAP diz que subida de preços de produtos agrícolas é “incontornável”

Presidente do organismo diz que adubos custam mais 50% e que escalada de preços vai ter “reflexo nos preços pagos pelo consumidor final”.

Foto
Aumento do preço da energia e dos combustíveis, bem como atraso na entrega de equipamentos, contribuem igualmente para subida dos custos Sergio Azenha (arquivo)

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) considera “incontornável” a subida dos preços dos produtos agrícolas, face ao aumento dos custos dos factores de produção, como os combustíveis e adubos.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) considera “incontornável” a subida dos preços dos produtos agrícolas, face ao aumento dos custos dos factores de produção, como os combustíveis e adubos.

“O aumento do custo dos factores de produção, associados à produção agrícola, como os combustíveis e a energia, os adubos e os transportes de uma forma geral, tornam incontornável uma subida dos preços dos produtos em toda a cadeia de produção e distribuição agro-alimentar, com reflexo nos preços pagos pelo consumidor final”, afirma o presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa, em resposta à Lusa.

Assim, tendo em conta que estes custos influenciam todos os tipos de produção e em todas as regiões do país, a subida de preços vai sentir-se, “como parece inevitável”, de forma generalizada, embora com “naturais diferenças de intensidade”.

À subida dos custos dos factores de produção, acresce ainda a escassez de “todo o tipo de produtos e equipamentos”, verificando-se “atrasos já muito significativos nas entregas”.

Em causa, estão produtos como adubos, que tiveram uma subida na ordem dos 50%, mas também tractores, cuja disponibilidade “em tempo útil”, está cada vez mais comprometida.

Para a CAP, esta “incerteza” faz com que se coloque em causa a possibilidade de se concretizar determinadas culturas.

Segundo Eduardo Oliveira e Sousa, quem produz tem de abastecer-se em maiores quantidades para prevenir rupturas, o que contribui para reduzir a oferta e agravar a subida de preços, “mais uma vez com reflexo inevitável nos preços pagos pelo consumidor no futuro próximo”.

Para a CAP, deveria verificar-se uma redução da carga fiscal associada aos combustíveis e à electricidade para reduzir os impactos nos custos de produção e o efeito da escalada de preços.