População desempregada aumentou pela primeira vez desde Maio

Desemprego ficou nos 6,4% em Setembro. Há mais 6,2 mil pessoas sem trabalho do que em Agosto. Mas há uma recuperação face a Junho e Julho.

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A taxa de subutilização do trabalho é de 12% Rui Gaudêncio

A taxa de desemprego passou de 6,3% em Agosto para 6,4% em Setembro, indicou o Instituto Nacional de Estatística (INE) nesta segunda-feira. Desde Maio que não se registava um aumento na população desempregada. O número de pessoas desempregadas cresceu 1,9% em relação a Setembro, mas, apesar disso, continua 6% abaixo do total registado em Junho e 18% face a um ano antes.

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A taxa de desemprego passou de 6,3% em Agosto para 6,4% em Setembro, indicou o Instituto Nacional de Estatística (INE) nesta segunda-feira. Desde Maio que não se registava um aumento na população desempregada. O número de pessoas desempregadas cresceu 1,9% em relação a Setembro, mas, apesar disso, continua 6% abaixo do total registado em Junho e 18% face a um ano antes.

Em Setembro, havia 331,3 mil pessoas desempregadas, mais 6,2 mil do que no mês anterior (325,1 mil), mas menos 8,5 mil do que em Julho (339,8 mil) e menos 21,3 mil do que em Junho, mostram os dados do INE, já ajustados aos efeitos de sazonalidade.

Tal como agora se registou um aumento da população desempregada de Agosto para Setembro, também de Abril para Maio se observara uma tendência idêntica, com uma subida de 7,6 mil que aumentou a população nesta situação de 354 mil para 361,6 mil.

O INE calcula que a subutilização do trabalho — um indicador que junta outras circunstâncias para além da população registada como desemprego oficial — atingiu o valor mais baixo “desde o início da série em 2011”. Nesse universo estão contabilizadas 639,7 mil pessoas, o que corresponde a uma taxa de 12%, inferior aos 12,3% de Agosto, aos 12,8% de Maio e Junho e aos 15,4% de Setembro do ano passado. O INE sublinha que em Fevereiro de 2020, antes da pandemia de covid-19, “esta estimativa abrangia 673 mil pessoas”.

Além da população desempregada, este indicador abarca situações de subemprego dos trabalhadores a tempo parcial, a população inactiva que está à procura de emprego, mas não disponível para começar a trabalhar nas duas semanas seguintes, e os inactivos disponíveis, mas que não procuram emprego.

O INE estima que a população activa tenha diminuído no mês de Setembro em 8,8 mil pessoas (0,2%) em relação ao mês anterior, para 5,149 milhões, e que a população inactiva tenha aumentado 9,6 mil (0,4%), para 2,53 milhões de pessoas. “Apesar de a população inactiva se encontrar nos valores mais baixos dos últimos dez anos, tem vindo a aumentar desde o valor mínimo observado em Julho de 2021”, assinala o instituto estatístico.

A quebra na população activa deve-se ao facto de se ter observado uma diminuição na população empregada (em 15,1 mil) que superou o aumento da população desempregada (com um crescimento de 6,2 mil). Já “o acréscimo da população inactiva foi explicado, principalmente, pelo aumento do número de inactivos que não estão disponíveis para trabalhar e que não procuram emprego em 13,0 mil (0,6%)”.

O aumento da população activa em 97,1 mil pessoas face a Setembro do ano passado “foi acompanhado por um acréscimo da população empregada” em 170,9 mil, “que mais do que compensou a diminuição da população desempregada em 73,9 mil”. “A população inactiva diminuiu em 79,9 mil pessoas (3,1%), impulsionada pela diminuição do número de inactivos disponíveis para trabalhar, mas que não procuram emprego (63,5 mil; 30,2%)”, indica o instituto estatístico.

A taxa de actividade correspondeu a 67,1% e a taxa de inactividade aos restantes 32,9%. A taxa de emprego em Setembro equivalia a 62,7% da população activa.